Sintonia que faz avançar
Francis Bogossian
Presidente do Clube de Engenharia
e da Associação das Empresas de
Engenharia do Rio de Janeiro
O governo do Estado e a Prefeitura do Rio conseguiram levar adiante, com apoio do governo federal, projetos que estavam engavetados há muitos anos. Esta parceria foi, sem dúvida, um passo importante para a quebra e a reversão do processo de decadência do Rio, que se arrastava nas esferas estadual e municipal. Os entraves políticos que os sucessivos governadores e prefeitos do Rio enfrentavam, somados aos anos de inflação e recessão, levaram o Rio a uma carência de recursos nunca vista. Concentrados nas disputas políticas com o poder federal, os governantes do Estado não conseguiram alterar a curva declinante da economia do Rio.
Este quadro mudou a partir do governo Sérgio Cabral. Os primeiros investimentos do PAC foram assinados em 2007 e tiveram como objetivo a melhoria das condições de vida da população. Destacam-se as obras de saneamento e de infraestrutura urbana no Complexo do Alemão, na Rocinha, em Manguinhos, no Pavão-Pavãozinho e no Cantagalo, bem como a ampliação da Refinaria de Duque de Caxias, a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e inúmeros outros projetos, como o Arco Metropolitano.
A Petrobras fez renascer a engenharia naval nos estaleiros fluminenses, com encomendas de vulto. Na primeira fase do PAC foram investidos R$ 125 bilhões; até 2014 estão previstos mais R$ 187 bilhões.
Os apoios da então ministra Dilma Rousseff e do presidente Lula também foram essenciais para que o Rio se tornasse a cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A implantação dos projetos de mobilidade urbana, como os BRTs, corredores exclusivos de ônibus, e da Linha 4 do Metrô, já pendentes há mais de duas décadas, estão sendo saindo do papel com respaldo do governo federal.
Acompanhando essa onda de apoio federal, cresceram os investimentos privados no Estado, entre eles a Companhia Siderúrgica do Atlântico, o Complexo do Açu, a parceria público-privada na revitalização da Zona Portuária, a ampliação do polo metal mecânico no sul do Estado, para citar apenas os mais importantes empreendimentos.
Uma pendência que ainda precisa ser solucionada é em relação ao Aeroporto Tom Jobim, que, mesmo com os investimentos planejados, já não atende às necessidades atuais e enfrentará demandas importantes durante os megaeventos esportivos.