Sinduscon-Rio, Ademi-RJ e Seconci-Rio lamentam o falecimento do presidente da AEERJ e divulgam nota de pesar da entidade

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Sinduscon-RioInforme Diário05/03/2021

Sinduscon-Rio, Ademi-RJ e Seconci-Rio lamentam o falecimento do presidente da AEERJ e divulgam nota de pesar da entidade

É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento de nosso Presidente Executivo, Luiz Fernando Santos Reis.

Em seus mais de 60 anos de atuação como engenheiro, executivo de empresas de construção e líder setorial, Luiz Fernando viveu intensamente e transformou os lugares por onde passou.

Filho e neto de engenheiros, começou sua carreira ainda bem jovem e participou de obras importantes, como a construção de terminais portuários, rodovias e sistemas de água e esgotos espalhados pelo Brasil. Se especializou em engenharia de portos e viajou pelo país gerenciando projetos durante anos. Foi diretor da Christiani-Nielsen e da Carioca Engenharia.

Teve, ainda, uma longa e profícua atuação representando o setor. Foi Presidente do Sindicado Nacional da Indústria da Construção (Sinicon), onde liderou campanhas pela infraestrutura e defendeu empresas e empregos durante duas décadas, e, mais recentemente, se tornou o primeiro presidente executivo profissional da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ).

Na Associação, foi responsável pela completa reformulação da entidade. Deu relevância à AEERJ com seu incansável empenho em melhorar o ambiente de negócios, qualificando as partes interessada, por meio de dezenas de eventos, palestras e seminários que promoveu e, por vezes denunciando problemas da infraestrutura do Rio de Janeiro na mídia. Em defesa de seus Associados, Luiz Fernando, quando precisou, foi crítico de gestores públicos e apontou abusos e irregularidades cometidos contra as empresas de construção, inclusive na justiça, como não- pagamento de dívidas, quebra de contratos, entre outros. Realizou uma verdadeira cruzada para transformar a imagem e a reputação do setor. Criou, implantou e treinou uma Política de Compliance, um Código de Ética e um Canal de Denúncias na Associação. O primeiro de uma entidade de classe do Brasil no segmento, que se tem notícias.

E, para que não ficassem apenas no papel, passou a realizar eventos de treinamento com diversos órgãos e entidades, como Controladorias do Estado e do Município, Tribunais de Contas, governos e entidades especializadas no tema. A AEERJ hoje é referência nacional no tema integridade. Se recusava a melhorar apenas a AEERJ, queria levar conhecimento e treinamento também para os Associados.

Luiz Fernando era um homem de sua época, mas com uma inteligência privilegiada e pensamento moderno, que nunca deixou de querer aprender e participar do que acontecia com o país e com o Rio de Janeiro. Um líder setorial que fazia questão de estimular o debate e a troca de ideias e experiências. Circulava, conhecia as pessoas, era conhecido, marcava audiências e reuniões, fazia tudo que era possível para defender suas ideias e os interesses da população, dos trabalhadores, do setor e de seus Associados.

Se apresentava como “O empreiteiro”. Mesmo em tempos de crise de credibilidade do setor, reconhecia erros mas sempre externou orgulho desta casta que, segundo o próprio, construiu o Brasil. Defendia e explicava o valor de um setor que conhecia melhor do que ninguém. Era uma enciclopédia das obras da cidade do Rio assim como um excelente analista da política de infraestrutura de gestões municipais e estaduais, o que o fez fonte de diversos jornalistas durante anos.

Mais recentemente, era titular da coluna “Infraestrutura e Negócios” em O Dia. Escreveu dezenas de artigos em que apontou erros de governos, elogiou iniciativas, reafirmou a obrigatoriedade da ética no setor e, principalmente, criticou a falta de planejamento na conservação do Rio. Em abril de 2019, falando sobre os desabamentos nas encostas da avenida Niemeyer, escreveu, indignado:

“Aqui não existe prevenção: as ruas estão em péssimo estado, o sistema de drenagem está saturado, as encostas encontram-se sob proteção divina e a população vive à mercê desse quadro caótico. Será que precisamos dizer algo mais para explicar a situação que estamos enfrentando?”

Luiz Fernando era gentil, elegante, bem-humorado e muito trabalhador. Para os amigos, sempre foi unanimidade em todos os sentidos. Aos 84 anos, o presidente executivo da AEERJ sofria com a inquietude de quem quer mudar o mundo. Remava contra a maré. Apesar das crises e, mais recentemente, da pandemia, Luiz Fernando fazia reuniões diárias com seu time para pensar e executar ações que mantivessem a Associação ativa. No início do ano passado, se sentindo no dever de colaborar quando tudo fechou por conta da Covid, Luiz Fernando decidiu entrar na luta contra a crise e mobilizou a Associação e outras entidades com o objetivo de reunir doações e, assim, ajudar os que mais sofriam com os efeitos econômicos da proliferação do vírus.

Muitas vezes ficava triste e irritado com governantes, com a situação do Rio e do país, com o empobrecimento geral e da infraestrutura. Não se conformava com críticas ou julgamentos injustos sobre o setor de construção e não desistia. Trabalhava diariamente e incansavelmente. Chegava cedo e não parava de pensar, articular e agir.

A AEERJ perde muito com sua partida e diz adeus com tristeza. A Engenharia Nacional e o Setor de Infraestrutura perdem um importante representante.

Ao nosso mais querido Empreiteiro, com E maiúsculo mesmo, como dizia orgulhosamente, muito obrigada por todos esses anos de liderança, dedicação e grandes conquistas.

AEERJ