R$ 131,5 mi para operação “Asfalto Liso”
URBANIZAÇÃO: Programa de recuperação das vias da cidade do Rio de Janeiro deverá começar até março e vai abranger cerca de 75 vias no Centro e nas zonas Sul, Norte e Oeste. Meta é cobrir em três anos 17,5% da pavimentação da cidade
O programa de recuperação das vias da cidade do Rio de Janeiro, chamado de Asfalto Liso, deverá começar até março. Cerca de 75 vias do Centro, Zona Sul, São Cristóvão, Tijuca, Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes e Campinho serão atendidas pelo programa. A Prefeitura estima gastar R$ 131,5 milhões com os trabalhos. A meta do Asfalto Liso é atender nos próximos três anos o equivalente a 17,5% da área pavimentada da cidade.
“Demoramos um pouco para resolver a situação do asfalto, por que passamos um ano inteiro planejando, organizando, arrumando e identificando as vias que merecem ser trabalhadas, para na hora de licitar, termos alguma coisa direito, com preço justo”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ontem, durante palestra na sede da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), no Centro da cidade.
Este mês, a prefeitura abriu licitação para selecionar as empresas que irão recuperar as vias, divididas por Área Programática (AP). Segundo a prefeitura, o contrato que aborda as APs 1 e 2 (Centro, Zona Sul, São Cristóvão e Tijuca) prevê investimentos de R$ 61,1 milhões e prazo de 360 dias para a conclusão dos serviços. O orçamento para atender às outras regiões da cidade ainda está em análise. A previsão é que a licitação para as APs 3 e 5 aconteça ainda este mês.
No contrato que cuida da área da AP 4 (Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes e Campinho), a secretaria municipal de Obras (SMO) prevê gasto de R$ 70,4 milhões. O trabalho nas Avenidas Lúcio Costa, Ayrton Senna, Glaucio Gil, Salvador Allende, Geremário Dantas, e nas estradas dos Bandeirantes, do Pau Ferro, de Jacarepaguá, entre outras, deve ser concluído em 420 dias.
De acordo com a SMO, a meta é que após o término do trabalho de fresagem desses locais, somente deverá ser necessário refazer outro serviço igual ou semelhante depois de dez anos. A expectativa é aumentar o tempo de conservação das vias e reduzir as operações tapa-buraco, que atualmente tem aliviado a vida dos motoristas da cidade.
LICITAÇÕES. No fim da palestra na Aeerj, Eduardo Paes disse que irá “colocar os pingos nos “is”” em relação às obras que o Rio fizer por meio de empresas privadas. “Quero que as empresas de engenharia do Rio de Janeiro, e também as que vierem de fora, tenham a certeza que episódios negativos que têm origem na falta de planejamento e na falta de remuneração adequada não irão mais se repetir. A prefeitura irá buscar licitar as suas obras no mesmo preço que elas tem que começar e terminar”, afirmou Paes, acrescentando que 2010 será de muito planejamento.
De acordo com ele, as oportunidades que a cidade está tendo estão diretamente relacionadas com a capacidade de produzir dos setores de engenharia e construção. “O gargalo constante do poder público é a execução de obras. O ambiente econômico está criado na cidade. Acredito no setor privado. Não tenho dúvidas que faremos muito pelo município do Rio”, completou.
RADICAL. Paes afirmou que será severo com as empresas que “acharem que podem brincar com o Rio”. “Da mesma maneira que sou gentil com os pleitos do setor privado, serei radicalmente duro com aqueles que acharem que vão brincar com os interesses da minha cidade. Existem duas formas de me incomodar: brincar com as pessoas que são mais próximas a mim, e com os interesses do Rio. Quem me conhece sabe que se mexer com o Rio, viro “bicho” e vou até o fim”, conclui.
O presidente da Aeerj e do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, o Rio de Janeiro, destacou que o setor considera que “os interesses da população da cidade predominam no trabalho de Paes”. “O que o prefeito está pedindo é o certo. Toda obra tem que ter qualidade e produtividade por um preço justo. Todos os associados da Aeerj acham que o Rio de Janeiro está ressurgindo nas mãos de Paes. Temos fé na reconstrução do Rio”, disse Bogossian.