Risco por todo o lado
Luiz Fernando Santos Reis
Para qualquer lado que se olhe no estado, encontraremos problemas e deficiências. Os mais graves estão na Segurança Pública, Saúde e Educação. A Associação das Empresa de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), que congrega empresas que trabalham nas obras de infraestrutura e atuam em serviços de manutenção e conservação das cidades e das obras estaduais, tem enorme preocupação com o bem-estar e segurança da população.
Por isso, não pode deixar de alertar para um setor que pouco chama atenção, mas que pode causar tragédias. Falamos das chamadas “obras de arte”, pontes, passarelas, viadutos e túneis, que são estruturas que mais podem sofrer com falta de conservação. Exemplos de acidentes, fruto da falta de manutenção, é o que não faltam.
Tivemos a queda de um viaduto em Brasília e a tragédia pelo desabamento de ponte em Genova (Itália), com dezenas de mortos. Em nosso estado, as práticas de manutenção e conservação deixaram de existir e se agravam com a crise.
No Município do Rio, que gozava de situação financeira confortável, ocorre o mesmo. Todos os parcos recursos da Secretária de Conservação e Meio Ambiente são aplicados em operações de tapa buracos e manutenção das galerias de águas pluviais. Além disso, a cada ano que passa a dotação da prefeitura para esse setor é reduzida enquanto no estado, é zerada.
Considerando a situação das ruas, estradas estaduais e encostas e sistemas de drenagem, vide as enchentes nas épocas de chuvas, é fácil avaliar o estado em que viadutos, pontes, passarelas e túneis se encontram. Vale destacar que nos últimos anos, o Rio teve expressiva quantidade de obras, de grande porte, construídas com tecnologias de ponta como “pontes estaiadas”. A “ponte do Saber”, que liga a Ilha do Fundão à Linha Vermelha, que pelas características, exige acompanhamento permanente para verificar condições de estabilidade.
Assim, é fundamental, para evitar tragédias, ter política de manutenção, equipes tecnologicamente preparadas, com equipamentos adequados para verificar e testar trabalhos, além de recursos que garantam que obras não se transformem em armas.