Se antes morar sozinho era associado à tristeza, hoje é tendência de mercado. Existe até um nome para ela: movimento single (único, em inglês). Só no Brasil, 11,8 milhões de imóveis são ocupados por apenas uma pessoa. O número representa 15,9% de todos os domicílios no país. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se referem ao ano passado (2022).
A proporção de lares unipessoais é a maior desde 2012, quando começa a série histórica do IBGE. Há 11 anos, somente 12,2% das residências eram ocupadas por apenas uma pessoa. Esse número só tende a aumentar. A empresa de pesquisa de mercado Euromonitor Internacional, por exemplo, estimou que, entre 2019 e 2030, os lares ocupados por uma só pessoa irão crescer 23,4% em todo o mundo.
De acordo com Deborah Bassoli, empreendedora com experiência no mercado imobiliário, o segmento passa por transformações a fim de atender à demanda crescente de residências para uma pessoa. “Os imóveis estão absorvendo as necessidades single, como localização estratégica, apartamentos compactos, segurança e privacidade, flexibilidade de layout, sustentabilidade e acessibilidade”, aponta.
O que buscam os moradores single?
Morar sozinho não é fácil e requer cada vez mais facilidades para o cotidiano. Nesse contexto, quem projeta a moradia precisa pensar em como responder a essa necessidade do público single. “É preciso investir em tecnologia e a automação, eficiência energética, áreas de convívio compartilhadas, mobiliários inteligentes, conexão com a natureza e acessibilidade universal, garantindo que os espaços sejam adequados para pessoas com diferentes idades e capacidades”, explica Ricardo Amaral, arquiteto e responsável pelo escritório Ricardo Amaral Arquitetos Associados.