Lideranças da indústria da construção e profissionais do setor ouvidos pela BBC News Brasil apontam para uma falta de mão obra na construção em São Paulo, apesar da inexistência de números exatos sobre esse eventual déficit no Estado, que representa cerca de um terço do mercado nacional.
De acordo com matéria divulgada nesta quarta-feira (06), no G1, dados do Sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que o Brasil encerrou 2023 com um saldo anual positivo de 158,9 mil contratações na construção. No longo prazo, no entanto, o número de trabalhadores no setor vem caindo. O país tem atualmente 2,6 milhões de pessoas trabalhando diretamente na área. Em 2010, eram 3,2 milhões, quase 19% a menos.
Além disso, estudo do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), realizado com cerca de 800 mil profissionais da construção civil em 22 Estados, apontou um aumento da média de idade das pessoas que trabalham na construção de 38 para 41 anos, entre 2016 e 2023.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, os mais jovens estão se desinteressando pelo setor da construção por causa da exigência física da atividade. “A pessoa precisa carregar saco pesado nas costas, tomar sol. Esse é o ponto”, diz.
O dirigente reforça que não há uma pesquisa que indique a falta de trabalhadores na construção, mas afirma que, “em todas as áreas, está faltando mão de obra e vai piorar”.
“É muito difícil ter um índice de desemprego da construção, porque a pessoa está temporariamente na profissão, mas quando sai do emprego não faz mais parte do setor. Ela pode ser o que ela quiser, padeiro, motorista etc. Portanto, acho muito difícil haver um dado segmentado de desemprego”, frisa Correia.
Outra característica do setor ressaltada pelo presidente da CBIC é a informalidade. “Hoje, temos 7,5 milhões de pessoas no setor, mas apenas 2,6 milhões são CLT”.
Fonte: Agência CBIC