Mas não basta apenas um bom orçamento: sua execução precisa ser primorosa
Já comentei aqui nesta coluna como o planejamento estratégico é uma ferramenta essencial para o sucesso de qualquer organização. Ele traça o rumo a ser seguido, alinha os recursos às metas e garante que as atividades da empresa estejam orientadas para o alcance dos seus objetivos de longo prazo.
Esta época do ano é justamente o momento de fazermos a conexão entre um planejamento estratégico bem estruturado e o orçamento do próximo ano. Essa conexão é crucial: é por meio do orçamento que se materializam as decisões e diretrizes estabelecidas pela estratégia.
O planejamento tem como principal função definir a visão, a missão e os objetivos da organização. Também analisa o ambiente externo e interno da empresa, identificando oportunidades e ameaças, forças e fraquezas. A partir dessa análise, são definidas prioridades e estratégias de ação, garantindo que cada movimento proposto seja parte do plano maior fundamental para se manter o foco, otimizar recursos e responder proativamente as mudanças de cenário.
Porém, por mais bem estruturado que seja, o planejamento não se sustenta sem a correta alocação e gestão de recursos financeiros. Aí entra o orçamento anual. Ele é a tradução financeira das metas e objetivos da organização, definindo quanto será gasto, em que áreas e como os investimentos apoiarão a execução da estratégia. Permite aos líderes a visualização de como os recursos serão distribuídos e quais resultados se espera obter a partir desses investimentos, mantendo o foco nas prioridades e evitando distrações.
Para garantir uma conexão eficaz, o processo de elaboração do orçamento deve ser colaborativo, envolvendo todos os departamentos da organização. Cada área tem de alinhar seus planos e previsões financeiras ao planejamento estratégico global, garantindo a alocação de recursos eficiente e que atenda às prioridades estratégicas.
Mas não basta apenas um bom orçamento: sua execução precisa ser primorosa. Para isso, é preciso ter bons indicadores de desempenho. Eles permitem monitorar, em tempo real, o progresso de metas financeiras e operacionais, possibilitando ajustes e correções de rota sempre que necessário. Também fornecem uma visão objetiva da evolução do que foi planejado, apoiando a rápida e precisa tomada de decisão sempre que necessário.
A eficiência da execução orçamentária está diretamente relacionada à capacidade de adaptação. Afinal, ao longo do ano, podem surgir imprevistos ou novas oportunidades. A empresa precisa ser ágil para ajustar seu orçamento e focada para não perder de vista suas prioridades estratégicas. Mas, como ferramenta dinâmica que é, o orçamento requer monitoramento constante e ajustes regulares, assim como rituais dinâmicos de controle e acompanhamento.
Sejam eles encontros mensais ou trimestrais, esses rituais promovem uma cultura de “accountability”: cada área da empresa é responsável pelo desempenho financeiro relacionado às suas atividades. Incentivam, também, a comunicação entre as áreas, facilitando a identificação de problemas e a implementação ágil de soluções.
O orçamento bem executado e alinhado à estratégia traz inúmeros benefícios para a organização. Otimiza recursos, fundamenta decisões em dados e permite ajustes rápidos graças ao acompanhamento contínuo de métricas, promovendo a flexibilidade necessária para responder a imprevistos sem comprometimento dos objetivos estratégicos. Esse é o “match” que toda empresa precisa buscar para ter um casamento longevo com o sucesso.
Fonte: Valor Econômico