Pílula Econômica – Custo da mão de obra na construção civil faz índices superarem o IPCA em 2024

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Os indicadores de custo da construção civil no Brasil tiveram variações acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre janeiro e agosto de 2024, refletindo maior pressão inflacionária sobre o setor. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 4,27%, enquanto o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) registrou alta de 2,61% e o Custo Unitário Básico (CUB) aumentou 3,88%, resultando em uma média de 3,58%, superior ao IPCA no período (3,31%).

O principal fator dessa diferença é o aumento dos custos de mão de obra. O INCC para mão de obra subiu 6,13%, enquanto o SINAPI e o CUB registraram aumentos de 4,49% e 4,57%, respectivamente, gerando uma média de variação de 5,07%. Isso reflete um mercado de trabalho aquecido. Em contraste, os custos dos materiais de construção tiveram aumentos mais moderados: 3,00% no INCC, 1,26% no SINAPI e 3,15% no CUB, com média de 2,47%, indicando uma leve elevação nos preços dos insumos.

No Rio de Janeiro, a tendência foi ainda mais intensa. O Índice de Custo da Construção (ICC/RJ) subiu 4,83%, seguido pelo índice da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP) com 3,49%, enquanto o SINAPI aumentou 3,05% e o CUB, 4,37%, gerando uma média de 3,94%.

Os custos de mão de obra no estado se destacaram, com o ICC/RJ aumentando 6,39%, o EMOP, 4,46%, e o SINAPI, 4,82%. O CUB subiu 5,28%, resultando em uma média de 5,24%, evidenciando a pressão sobre as despesas laborais. Já os preços dos materiais mostraram crescimento mais moderado: o ICC/RJ subiu 3,84% e o EMOP, 2,65%, o SINAPI registrou leve variação de 1,51% e o CUB aumentou 3,21%, resultando em uma média de 2,80%.

Esses dados sugerem que o recente aumento dos custos na construção civil foi principalmente impulsionado pelo encarecimento da mão de obra. Enquanto isso, os preços dos materiais, antes protagonistas do aumento dos custos, têm se mantido relativamente estáveis, indicando o fim de um ciclo de aumentos expressivos iniciados após a pandemia.

Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) e Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP).