Petrobras construirá nova refinaria

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Gazeta MercantilQuinta-feira, 27 de agosto de 2006 –27/07/2006

Petrobras construirá nova refinaria

Unidade será a maior do País com capacidade para 500 mil barris/dia e ficará no litoral. A Petrobras iniciou estudos, este mês, para construir mais uma nova refinaria – que será a maior do Brasil com capacidade para produzir 500 mil barris por dia de gasolina e diesel premium – com menos de 50 ppm de enxofre. A nova unidade terá boa parte de sua produção exportada para os mercados europeu e americano. Será a terceira refinaria programada pela estatal, que nos últimos meses confirmou outras duas, em Pernambuco e em Itaguaí, RJ.

Embora não tenha revelado o valor do investimento, tampouco a localização da nova refinaria, o diretor da Área de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, anunciou ontem que a unidade começará a operar em 2014. Costa limitou-se a informar que a refinaria será instalada no litoral do País, de modo a facilitar a inserção dos derivados no mercado internacional.

O diretor da Petrobras participou de uma palestra na Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj). Na ocasião, comunicou que a estatal vai abrir mão de sócios para o novo projeto, por dispor dos recursos necessários para sua construção. As outras duas unidades previstas para os próximos anos, em Recife e em
Itaguaí serão erguidas em sociedade com outros grupos. A primeira, com a estatal venezuelana Petroleos de Venezuela S.A (PDVSA), e a de Itaguaí, na verdade uma refinaria petroquímica, com o grupo Ultra e o BNDES.

Embora Costa tenha evitado anunciar de valores para o empreendimento, admite que a nova unidade demandará um volume de recursos próximo de US$ 5 bilhões. A título de comparação, a refinaria prevista para Pernambuco, que produzirá até 200 mil barris/dia de derivados, demandará US$ 2,5 bilhões de investimento. Já no complexo de Itaguaí, que reúne refino e petroquímica, serão investidos US$ 6,5 bilhões. A definição dos valores, segundo Costa, ocorrerá em um prazo de um ano e meio, uma vez que os estudos de viabilidade técnica e econômica demandarão este prazo para conclusão.

Costa esclareceu que só uma pequena parcela dos recursos necessários para a refinaria está incluída no Plano de Negócios do período 2007-2011. Como está previsto para 2014, o projeto será incluído provavelmente no próximo plano. O atual prevê aportes de US$ 23,1 bilhões, nos próximos cinco anos, na área de Abastecimento, que inclui os segmentos de refino, transportes, petroquímica e distribuição da empresa.

O plano estipula uma meta de 90% de processamento de óleo nacional nas refinarias da empresa, em 2011. Exatamente por isso, justificou Costa, a Petrobras terá que investir em uma terceira refinaria nos próximos anos. “Como o plano prevê um incremento da produção de petróleo nacional para o mesmo período, é natural que tenhamos que ampliar, também, nossa capacidade de refino”, justificou. “Se não fizermos isso, esse percentual de refino, que hoje é de 80%, pode até diminuir nos próximos anos”.

O executivo justificou tal preocupação ao lembrar que o Plano de Negócios da empresa levou em consideração não só uma taxa de crescimento anual do consumo de 3,1%, como também uma estimativa de crescimento de 4% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB). A tendência, segundo Costa, é que o cenário mundial permaneça marcado por demanda aquecida e preços em alta.