Fonte: CBIC
10/04/2025
Em todos os setores da economia, a inovação tem se mostrado como um importante agente de crescimento para as empresas e de inclusão social para a sociedade. No setor da construção não é diferente, mas uma das preocupações dos atores envolvidos em projetos de inovação sempre é como se dará o financiamento. Esse tema foi discutido em painel do Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC), na tarde das quinta-feira (10/04), em São Paulo. Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento acontece em conjunto com a 29ª edição da Feicon, no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril.
Existem diversas opções de linhas de crédito, tanto de bancos privados quanto de entidades públicas. Mas os juros altos e dificuldade em preencher requisitos acaba dificultando o acesso aos recursos e existem empresas que desistem antes mesmo de tentar. “Existem inúmeros projetos de inovação, que acontecem em parceria com o capital privado, que conseguem aprovação mais rápida de recursos. Já em obras públicas, a inovação ainda parece que está em uma camisa de força, pois é confundida com sobrepreço e corrupção. E isso dificulta a busca por financiamento”, afirma Carlos Eduardo Lima Jorge, vice-presidente de Infraestrutura da CBIC.
Cada vez mais o avanço da infraestrutura exige investimento robusto em inovação. E o acesso às fontes de financiamento, que podem auxiliar a modernizar o setor de construção, pode parecer impossível de alcançar para as empresas. Mas existem boas alternativas, como linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), que tem a inovação como um dos pilares de sua atuação. Especificamente para a área de infra-estrutura, o plano Nova Indústria Brasil fez o banco intensificar o apoio a setores importantes para a economia. A política industrial foi organizada em seis missões, dentro do programa BNDES Mais Inovação.
O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.
Chamada pública – Na missão específica de infraestrutura, o foco está na ampliação do acesso à moradia, saneamento básico e mobilidade sustentável. “Temos visto surgir diversos e importantes projetos que incluem energia renovável, redes de água e esgoto. E na missão sobre o aumento da produtividade da indústria, que inclui a cadeia da construção civil, o foco está em aprimorar as operações de empresas da cadeia do cimento, da produção de ferro, aço e cerâmica”, afirma Flávia Kickinger, chefe do Departamento das Indústrias de Bens de Capital e de Consumo, Comércio e Serviços do BNDES.
Outro foco de todas as missões são projetos de sustentabilidade, que unem todas as áreas de atuação do banco. O programa escolhe projetos de inovação e oferece investimentos vinculados às missões, com objetivos específicos de desenvolvimento da indústria brasileira. “São linhas de financiamento e apoio à pesquisa com condições muito atrativas e prazos mais longos para pagamento, que oferecem ainda apoio à digitalização dos processos de criação de produtos, além da aquisição de equipamentos”, conta Flávia.
Na busca por mecanismos para viabilizar novas tecnologias e soluções, impulsionando a competitividade, a eficiência e a sustentabilidade da infraestrutura brasileira, o mercado encontra outros parceiros com boas iniciativas. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) é uma empresa pública de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas. Vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, tem algumas de suas principais linhas de investimento para o fomento à atividade de pesquisa e inovação.
Entre os modelos de operação, a empresa oferece auxílio e chamadas públicas, nas quais são escolhidas companhias nacionais para a realização de determinadas atividades estratégicas. “Promovemos o estímulo à criação de redes entre empresas para as chamadas públicas, principalmente com foco em projetos de infraestrutura e inovação em assuntos como tratamento de resíduos, ampliação da rede de saneamento e opções de moradias”, afirma William Rospendowski, superintendente da área de Inovação 4 da Finep.
Estímulo ao setor privado – Com o foco na divulgação de sua atuação, a Finep vai às empresas explicar como funcionam os projetos, o que facilita a adoção dos projetos e o acesso ao crédito necessário para sua implementação. Uma das formas de acesso ao crédito se dá via projetos reembolsáveis, que tem a vantagem de oferecer prazos maiores, o que permite às empresas realizar o pagamento com recursos do próprio projeto. “Apoiamos empresas que trazem novidades em termos de materiais e métodos inovadores, e em projetos de automação, com o objetivo de ajudar empresas que proporcionam melhorias para o setor”, finaliza William.
Mas para colocar as inovações apresentadas pelas empresas à disposição para todo o setor, outras entidades atuam auxiliando na apuração e divulgação das novidades. Para o presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Venilton Tadini, existe a preocupação de que a construção se transforme em gargalo para o desenvolvimento da infraestrutura no Brasil. “Temos muita demanda, um mercado forte, com grandes empresas em atuação, mas ainda falta regulamentação em alguns assuntos específicos. Certos segmentos estão defasados e carecem de investimentos, mas isso vem sendo resolvido em áreas como o saneamento básico, por exemplo, que ainda deve se ajustar com a nova legislação”, afirma o executivo.
O consenso geral é que houve muita melhoria no ambiente de negócios, com grande avanço em diversas frentes, e boas oportunidades para as empresas do setor. “Estamos vendo um grande investimento público em infraestrutura, mas uma diminuição da atenção do setor privado, que está parado. Mesmo assim, as perspectivas mostram possibilidades de crescimento para as empresas do setor nos próximos anos”, finaliza.
Construir com respeito é construir para todos! No ENIC 100, evento realizado pela CBIC, reforçamos o compromisso com a diversidade, inclusão e um setor mais justo. Racismo não tem vez! Vamos juntos construir um futuro mais igualitário e respeitoso para todos.
O tema tem interface com o projeto “Capacitação e Sustentabilidade para a Infraestrutura do Futuro”, da Comissão de Infraestrutura (COINFRA) da CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
