Condo-hotel ou multipropriedade? Os dois modelos vêm ganhando espaço no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, em especial no segmento de imóveis para investimento. Mas é preciso deixar claro que cada um desses modelos ocupa um “quadrado” diferente. O condo-hotel é um empreendimento estruturado juridicamente como condomínio, mas operado como hotel. As unidades, como em qualquer prédio, têm registro próprio, mas o dono não usa o imóvel — ele usufrui da renda que for obtida com o aluguel.
A multipropriedade é outra história: no modelo, o apartamento (ou casa) é adquirido em “frações de tempo”, e cada proprietário tem o direito de usá-lo por um determinado período, que pode ser para ele próprio, para aluguel ou para troca com outro imóvel do mesmo sistema.
A chegada do modelo de condo-hotel ao Rio foi uma solução para o problema gerado pelo ciclo olímpico. Em 2010, a cidade contava com dez mil quartos de hotel. Com a realização de grandes eventos — Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos —, esse número foi multiplicado por seis. Em 2020, já eram 60 mil quartos. O movimento caiu, e a pandemia contribuiu para deixar milhares de investidores no prejuízo.
Um bom exemplo de como funciona o sistema de condo-hotel é o antigo Hotel Mercure, na Rua da Passagem, em Botafogo, rebatizado de Lobie Privilége. De 2014 a 2016, as 110 unidades deram lucro aos proprietários. De 2017 a 2021, a maré virou, e quem investiu lá começou a perder dinheiro. Foi aí que entrou a Lobie, empresa especializada em maximizar a rentabilidade de imóveis de baixa metragem, que transformou o hotel em um residencial com serviços após desfazer o contrato com o antigo gestor. Matéria na íntegra.
Fonte: O Globo