Fonte: O Globo
19/03/2025
Previsão é que reforma fique pronta em 39 meses, em meados do ano de 2028
O governador Cláudio Castro assina nesta quinta-feira uma série de documentos, incluindo aditivos aos contratos de concessão para retomar as obras para concluir a estação da Gávea, da Linha 4 do Metrô, cuja implantação está paralisada desde 2015. Serão 39 meses de obras, ou seja, a estação, que deveria ter ficado pronta para a Olimpíada de 2016, deve abrir ao público em meados de 2028, cerca de 12 anos em comparação ao prazo original.
— A partir de quinta-feira começamos a mobilização do pessoal para reativar o canteiro. Teremos várias frentes. A expectativa é que no auge das obras, tenhamos 2,5 mil operários, o que deve ocorrer em oito a dez meses — diz o presidente da estatal Rio-Trilhos, Rafael Machado Quaresma.
A retomada do projeto deverá ser efetivada depois de uma série de adiamentos no cronograma anunciado pela Secretaria estadual de Transporte Ainda não há uma data exata para reativar as bombas de sucção para retirar da ”casca” já escavada da estação os 36 milhões de litros de água que ocupam a área desde 2018. A medida foi tomada há sete anos como uma forma de garantir a estabilidade do terreno, enquanto a obra não fosse retomada.
A previsão é que esse serviço de rebaixamento do lençol freático seja concluído nos próximos seis meses, bem como uma série de intervenções necessárias nas galerias do futuro túnel que vai conectar a Barra à Zona Sul, acessado por uma entrada de serviço na Travessa Madre Jacinta, vizinha à PUC. Todo o trabalho será monitorado em tempo real, para detectar o risco de uma eventual desestabilização do terreno, que possa pôr em risco os imóveis no entorno.
— Depois dessa etapa inicial, nós vamos levar ainda doze meses para concluir uma série de serviços. Ainda faltam, por exemplo, escavar 60 metros de túneis (a ser abertos com uso de explosivos) para interligar a estação do Jardim Oceânico a futura estação da Gávea — detalhou Rafael.
Projeto mudou
Passados esses 18 meses iniciais, o planejamento prevê que nos meses seguintes serão implantados os sistemas que permitirão o funcionamento comercial da estação, o que inclui cabos para energizar os trilhos, geradores, câmeras de monitoramento, entre outros recursos.
O projeto que será implantado é bem diferente do conceito original. Um dos acessos à estação que ficaria no Shopping da Gávea, por exemplo, foi eliminado. Os 20 mil passageiros diários esperados para a Gávea não terão escadas rolantes, comuns em outras obras do Metrô do Rio, para chegar e sair das plataformas. Eles vão entrar e deixar a estação localizada a 55 metros do nível da rua por meio de elevadores. As escadas projetadas serão usadas para serviços ou como saídas de emergência
Baldeação em São Conrado
Outra alteração em relação ao projeto original é que não haverá uma conexão direta com todas as estações da Linha 4 do Metrô, como planejado. Quem estiver na Gávea e quiser seguir viagem para as estações Antero de Quental e Jardim de Alah — e a partir daí seguir pela Linha 1 — terá que fazer baldeação em São Conrado. Com isso, o tatuzão não será reativado.
Prorrogação da concessão
Um dos documentos será assinado nesta quinta-feira será um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), prevê que a operadora da Linha 4 Rio desistirá de explorar o serviço, repassando a operação para o Metrô Rio. Este, por sua vez, se comprometeu em investir R$ 600 milhões na obra. Além disso, as operadoras vão abrir pedidos de reequilíbrio do contrato junto à Agetransp, que poderiam onerar ainda mais o Estado.
Em troca, o Metrô Rio terá o contrato de exploração da linha estendido por mais 10 anos, finalizando em 2048. O governo do Rio, por sua vez, deverá investir R$ 97 milhões no projeto. Sem as alterações, a intervenção custaria mais de R$ 1,3 bilhão.