Fornecedores e prestadores de serviços de engenharia pedem que a Câmara Municipal não aprove a emenda de um Projeto de Lei que permite que a Prefeitura do Rio parcele em até dez anos as dívidas com as empresas.
Os valores dos restos a pagar, segundo os fornecedores, chegam a R$ 2,5 bilhões, somados às dívidas atuais às deixadas por gestões passadas, como a de Marcelo Crivella e até mesmo a de Eduardo Paes, em mandatos anteriores.
O pedido de transparência foi feito após o líder do Governo na Câmara, o vereador Átila Nunes, apresentar a proposta de emenda, para criar uma regra para o pagamento de restos a pagar. A votação na Câmara vai ocorrer ainda esta semana.
Caso o parcelamento das dívidas em até 10 anos seja aprovado, cerca de 65% dos débitos atuais da Prefeitura do Rio vão passar a ser de responsabilidade das próximas gestões.
O presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio, Alfredo Schwartz, define a medida como calote institucionalizado.
O documento também diz que, caso a emenda seja aprovada, os danos às empresas serão irreparáveis. Para que não haja falências das companhias e extinção de empregos, é necessário que as dívidas sejam quitadas em prazo razoável, segundo os fornecedores. O texto diz ainda que as empresas que quiserem receber antes do prazo, devem concordar em conceder descontos ao município.
O Secretário Municipal de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo Carvalho, diz que essa foi uma forma encontrada pela Prefeitura do Rio para as contas nao ficarem no vermelho. Ele afirma que as empresas têm a opção de receber o valor antecipado, no chamado leião reverso.
Na semana passada, 66 unidades da Prefeitura do Rio tiveram a energia elétrica cortada por causa de uma dívida do município com a concessionária de energia Light.