Falta de mão de obra e de crédito são preocupações de construtoras

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Fonte: Agência iNFRA
05/04/2025

As dificuldades para contratação de mão de obra para todos os tipos de ocupação e as restrições de crédito para a execução de obras são problemas apontados pelo setor de construção civil para a ampliação dos investimentos em infraestrutura nos próximos anos.
Os temas aparecem como prioridades no lançamento da agenda legislativa do setor para o ano de 2025, apresentada na semana passada. Os cinco temas elencados pelo Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria de Construção Pesada – Infraestrutura) podem ser vistos neste link.

Humberto Rangel, diretor-executivo do sindicato, lembrou que a mão de obra não é um problema apenas do setor de construção, com reclamações generalizadas por diversas áreas da economia. Mudanças sociais que criam novas dinâmicas para o primeiro emprego e o fortalecimento do setor financeiro para cargos de maior nível têm reduzido a procura pelas vagas no setor.

“Temos casos de empresas que lançam mil vagas e não conseguem contratar uma fração disso”, explicou Rangel, lembrando que os últimos dois anos foram marcados por uma retomada dos investimentos em infraestrutura que chegaram a seus piores patamares na década anterior.

Segundo ele, será necessário reforçar parcerias com instituições de treinamento para que seja possível suprir a necessidade de mão de obra que só tende a aumentar. Ele lembrou que o país ainda está num patamar na casa de 2% do PIB em investimentos em infraestrutura. E o próprio documento aponta a necessidade de chegarmos a 4,5%.

“É um problema que tem solução, mas vai demandar ação e coordenação de diferentes órgãos e setores”, disse o presidente do sindicato.

A preocupação com mão de obra também é apontada pela Aneor (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias). Segundo o presidente da entidade, Danniel Zveiter, além da dificuldade de contratação, há outro efeito, que é o aumento de custos para as empresas, que os índices de correção dos contratos de obras públicas demoram a captar, criando ainda mais restrição para os investimentos.

Sem linhas de crédito

Os juros altos, segundo Rangel, do Sinicon, também são outro fator problemático para o setor porque as empresas de construção civil não têm linhas de crédito específicas. Entre as políticas que são solicitadas está a de criação de um fundo garantidor público para financiar capital de giro na execução de contratos de obras públicas e PPPs (Parcerias Público-Privadas).

A agenda também defende a melhoria do ambiente de negócios com a aprovação de alguns projetos, entre eles o PL 7.063/2017, o novo marco legal de concessões e PPPs, o PL 5.401/2023, que veda o uso de pregão para contratação de obras e serviços de engenharia, e a PEC 1/2021, que garante 70% dos recursos de outorgas usados em infraestrutura.