Escolas Verdes: mudanças climáticas exigem readaptação da infraestrutura escolar
A garantia de infraestrutura adequada a todas as escolas públicas sempre foi um dos aspectos destacados por educadores como essenciais para a melhoria da qualidade da educação. No contexto de mudanças climáticas, o tema ganha ainda mais relevância, afinal, ondas de calor, secas prolongadas, enchentes e outras consequências do aquecimento global serão cada vez mais frequentes, aumentando os riscos de suspensão de aulas por tempo prolongado ou de piora nas condições de estudo.
No entanto, dados do Censo Escolar revelados em reportagem de Bruno Alfano no GLOBO mostram que sete em cada dez salas de aula não são climatizadas no Brasil. No ano passado, 2.200 alunos ficaram sem aulas no período de extrema seca no Amazonas. No Rio Grande do Sul, 400 mil alunos foram afetados agora com enchentes. Mesmo escolas que não sofreram danos em sua infraestrutura podem ter atividades interrompidas quando precisam servir de abrigo, situação que ocorreu no Sul e nas chuvas no litoral de São Paulo no ano passado.
Um estudo (Escuelas Verdes) publicado em dezembro do ano passado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento já alertava sobre a necessidade de investirmos mais na adaptação das escolas, trazendo exemplos práticos e de diretrizes para construção ou reconstrução da infraestrutura, de modo a tornar esses ambientes mais resilientes e sustentáveis.
O relatório destaca alguns estudos que já mostravam – antes mesmo do debate sobre as consequências das mudanças climáticas – que a melhoria da infraestrutura escolar pode elevar as taxas de frequência de alunos em até 60%, além de contribuir para maiores taxas de conclusão, especialmente para alunos mais vulneráveis. Cita também evidências de ganhos na aprendizagem, um resultado relativamente intuitivo quando a comparação é feita entre escolas com infraestrutura precária comparada àquelas com condições minimamente adequadas. Matéria na íntegra.
Fonte: O Globo