Entre a cidade de Eduardo Paes e a cidade de Pereira Passos

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O EmpreiteiroRio de Janeiro / Mesa-Redonda20/03/2013

Entre a cidade de Eduardo Paes e a cidade de Pereira Passos

Rio do futuro – modernização começa na Zona Portuária é o tema da matéria de capa da revista O Empreiteiro nº 516, para a qual foram dedicadas 22 páginas. O presidente da AEERJ, Francis Bogossian, participou da mesa-redonda formada por engenheiros, arquiteto, geólogo e sociólogo que reconhecem a transformação da cidade, dando o seguinte depoimento:

“Não tenho dúvidas de que teremos uma nova cidade dentro de três ou quatro anos.  A começar pela Zona Portuária, cujas obras estão a todo vapor. A primeira fase, recuperação das redes de drenagem, saneamento, telefonia etc. e algumas das ruas locais, já foi concluída. A segunda fase, em que está prevista construção de novas vias, túneis e a demolição da perimetral, está também avançando e não tem como voltar atrás ou parar. É um contrato de Parceria Público-Privado e financiado com a venda dos Certificados de Potencial Adicional de Construções (Cepacs).  No primeiro semestre deste ano deve ser iniciada a obra de implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) no centro da cidade, que vai mudar o trânsito naquela área.

Ainda mencionando o transporte sobre trilhos, as obras do metrô, ligando a Barra da Tijuca ao bairro de Ipanema devem estar concluídas até dezembro de 2015. As estações de trens da SuperVia estão sendo reformadas e novos trens com ar condicionado em breve entrarão em circulação.  A SuperVia, controlada pela Odebrecht TransPort, acaba de fechar um acordo com a francesa Alstom para construção de uma fábrica de trens no bairro de Deodoro, no Rio. A SuperVia já encomendou 20 novos trens.

Em paralelo, a Prefeitura do Rio está cortando a cidade com quatro vias expressas de ônibus, o sistema de BRTs (Bus Rapid Transit). São a Transoeste (entre os bairros de Santa Cruz, Campo Grande e Barra da Tijuca) já em operação; a Transcarioca (do Aeroporto Internacional Tom Jobim à Barra da Tijuca), que deve estar concluída no final de 2013; a Transolímpica (entre os bairros de Deodoro e Barra da Tijuca) já em construção e a Transbrasil (Bairro de Deodoro ao Centro do Rio).

Outra obra importante é a construção da BR-109 – Arco Metropolitano -, que vai ligar a BR-101 Norte, na altura do Município de Itaboraí, até BR-101 Sul, em Itaguaí, cruzando a BR-040 (Rio/Belo Horizonte) e a BR-116 (Rio/São Paulo). Com a inauguração do Arco, previsto para dezembro próximo, o tráfego pesado deixará de circular pela Av. Brasil.

A parceria entre os governos federal, estadual e municipal contribuiu para a realização destes projetos que já estavam prontos há décadas, mas como não havia sinergia entre os três poderes nada saia do papel.  E não estou falando apenas de recursos, mas também de boa vontade política para resolver problemas, como era o caso da zona portuária do Rio.

O crescimento urbano do Rio está mais ligado a melhoria dos níveis de segurança e ao desenvolvimento econômico da cidade.  Com dez anos de atraso foi aprovado o Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro e novas regras de ocupação urbana foram definidas para estimular a recuperação de áreas degradadas como a área do Porto do Rio ou de áreas com baixa ocupação e que passam a ser servidas pelos BRTs. Não resta dúvida de que o fato da Petrobras e da Eletrobras estarem sediadas na cidade do Rio de Janeiro atrai também empresas que tem negócios com elas.

Importante destacar os projetos de recuperação das áreas afetadas por inundações e deslizamentos. Vários atores desconectados atuam sobre o tema, sem uma única coordenação. No governo federal existem programas do Ministério das Cidades, Ministério da Integração Social e Ministério de Ciência e Tecnologia.  No Estado do Rio, a Secretaria de Desenvolvimento, através do Departamento de Recursos Minerais (DRM) vem realizando o mapeamento geotécnico do estado, indispensável para a prevenção de catástrofes.

Com exceção da cidade do Rio de Janeiro que há décadas conta com a Geo-Rio, os demais municípios continuam despreparados. As prefeituras, responsáveis legais, não têm dotação orçamentária para os serviços de prevenção e de mitigação de catástrofes. Bato sempre na tecla de que é preciso um órgão técnico federal, ligado à Presidência da República, para dar assistência aos municípios sujeitos não só aos escorregamentos de terra em encostas, mas também às inundações e alagamentos em zonas de baixada.

Sobre a comparação entre as ações do prefeito Eduardo Paes e do Prefeito Pereira Passos posso dizer o seguinte: não tenho dúvidas de que o trabalho do prefeito Eduardo Paes promoverá uma transformação urbana muito mais representativa do que a realizada pelo Prefeito Pereira Passos. A intervenção de Pereira Passos, no começo do século passado, foi muito importante, mas abrangeu apenas o centro da cidade. Agora Eduardo Paes está mudando toda a cidade.”