Para o crescimento do PIB este ano, as companhias aumentaram a mediana das estimativas de 2% para 2,20%
A mediana das projeções de inflação para 2024 das empresas não financeiras subiu de 4% para 4,2% entre maio e agosto. Os dados foram coletados entre 12 e 30 de agosto e constam no segundo relatório Firmus, ainda em etapa piloto, publicado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (21).
A Pesquisa Firmus é um projeto do BC que procura captar a leitura das empresas não financeiras sobre o cenário econômico e a situação dos seus negócios. Na etapa piloto, “pretende-se avaliar a clareza e a eficácia de diferentes tipos e formulações de perguntas, além de expandir o número de respondentes”, informou o BC.
Para 2025, a medida de expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se manteve em 4% entre maio e agosto. Já para 2026, caiu de 3,7% para 3,6%. No caso de 2026, o relatório aponta que “a distribuição das respostas mudou pouco, mantendo um perfil bimodal com concentrações em 3,5% e 4,0%”.
O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira mostra mediana de projeções para o IPCA de 4,50% para 2024, 3,99% para 2025 e 3,60% para 2026. O Focus reúne as projeções de mercado.
Já a mediana de projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 2% para 2,20% para 2024. No Focus, a mediana de expectativas é de crescimento de 3,05% neste ano.
A Firmus obteve 95 respostas completas na edição de agosto contra 92 na anterior, realizada entre 13 e 31 de maio. Até o momento, o BC já realizou quatro rodadas, mas apenas as duas últimas tiveram um relatório dos resultados publicado.
Na edição mais recente, o Banco Central perguntou quais eram as fontes de informação utilizadas para fazer as projeções. As fontes mencionadas mais frequentemente como mais importantes foram o relatório Focus e as projeções de consultorias e instituições financeiras.
O BC apresentou outras opções de resposta, como a própria empresa, o mercado financeiro, o Banco Central e o governo. Enquanto o Focus foi selecionado como primeira opção 24 vezes e as consultorias, 23 vezes, o mercado financeiro foi escolhido 22 vezes, a própria empresa 10 vezes, assim como o BC. Por último, o governo foi citado seis vezes.
Custo de mão de obra
A pesquisa Firmus mostrou um aumento na proporção de empresas que projetam um crescimento superior a 4% nos custos de mão de obra para os próximos 12 meses. A comparação é entre maio e agosto.
Na pergunta sobre os custos de mão de obra, 5,4% das empresas responderam, em maio, que a variação seria entre 0% e 2% nos próximos 12 meses. Em agosto, 4,2% deram a mesma resposta.
Já a porcentagem dos que esperavam alta de 2% a 4% caiu de 34,8% para 29,5%. As empresas que responderam que a variação seria de 4% a 6% subiu de 46,7% em maio para 57,9% em agosto. As empresas que esperavam acima de 6% de alta no custo de mão de obra caíram de 13% para 8,4% entre maio e agosto.
A Firmus ainda mostrou que houve um crescimento na parcela de empresas não financeiras que projetam ajustes nos preços de produtos alinhados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IPCA) ou “discretamente acima”. A frequência dos que esperam variação “em linha” com o IPCA subiu de 41,3% para 45,3% entre maio e agosto. Já “discretamente acima” subiu de 32,6% para 34,7%.
Em agosto, 1,1% disse esperar variação “fortemente abaixo” (3,3% em maio) e 13,7%, “discretamente abaixo” (16,3% em maio). A porcentagem dos que responderam “fortemente acima” caiu de 6,5% em maio para 5,3% em agosto.
Fonte: Valor Econômico