Educação de qualidade

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O DiaOpiniãoPág. 1208/09/2010

Educação de qualidade

Francis Bogossian,

O país começa a crescer e já se ressente da falta de profissionais
qualificados, principalmente nas áreas técnicas. De pouco adiantam os cursos
técnicos se os alunos não tiverem um ensino básico de qualidade para lhes
dar suporte. A baixa qualidade do Ensino Fundamental no Brasil vem
prejudicando a formação de bons profissionais.

O país precisa recuperar o tempo perdido, melhorando muito a qualidade do
Ensino Fundamental e criando, nas escolas técnicas e nos cursos de
graduação, cadeiras de reforço das disciplinas básicas, para conseguir
formar profissionais completos.

A construção civil é um dos poucos setores que ainda emprega adultos
analfabetos ou semi-analfabetos, mas paga caro por isto. O retrabalho na
construção civil no Brasil é muito alto e se reflete diretamente na
qualidade, no custo e no prazo dos serviços.

Sem boa educação e mão de obra
qualificada não há como o País crescer

Cursos profissionalizantes de dois ou três meses que se propõem a formar
pintores, encanadores, pedreiros, etc, são melhores que nada, mas servem
apenas para dar uma noção dos procedimentos de trabalho sem, entretanto,
qualificá-los plenamente.

Um pedreiro, por exemplo, além de saber como assentar os tijolos, precisa
também ser capaz de preparar corretamente a argamassa na quantidade certa
para executar uma etapa do serviço sem que falte material ou haja
desperdício. Um cozinheiro deve saber ler uma receita, entendê-la e aumentar
ou diminuir as proporções dentro das necessidades.

Enfim, uma boa base de conhecimento da língua portuguesa e de matemática
é vital para qualquer profissão, mas, infelizmente, não parece ser assim
entendido, devidamente, pelos que não investem na preparação dos
professores. Não há como crescer sem uma boa educação.

Presidente do Clube de Engenharia e
da AEERJ – Associação das Empresas
de Engenharia do Rio de Janeiro

Artigo publicado no jornal O Dia –
Segunda-feira, 06 de setembro de 2010 – Pág. 12