Obra de R$ 7,6 bilhões ligará porto de Salvador (BA) à ilha de Itaparica e será feita pela CCCR e CRCC
Com as grandes empreiteiras nacionais quebradas após a operação Lava Jato, uma das maiores pontes da América Latina será construída por duas empresas chinesas, a CCCC e CRCC.
Ambas fazem parte do consórcio que negociam uma linha de financiamento de longo prazo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para ajudar no financiamento da obra, avaliada em R$ 7,6 bilhões.
A ponte, de 12,4 km de extensão, ligará o porto de Salvador (BA) à ilha de Itaparica. Só perderá para a Rio-Niterói, que tem pouco mais de 13 km.
O governo da Bahia já conseguiu US$ 150 milhões em financiamentos do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina).
No BNDES, a linha em discussão seria de, no mínimo, US$ 500 milhões para a primeira etapa do projeto. A situação expõe uma das dificuldades do Novo PAC, cujas obras exigirão capacidade financeira das empreiteiras nacionais.
Aquelas que possuem expertise para conduzir as obras, como Odebrecht e Andrade Gutierrez, foram abaladas pela Lava Jato e hoje não possuem saúde financeira suficiente para tomar empréstimos bilionários e, com esse recurso, dar o pontapé inicial nas obras até começarem a receber pagamentos. As demais construtoras nacionais são de pequeno e médio porte, sem experiência em grandes projetos.
Esse dilema já motivou discussões no BNDES e na Casa Civil da Presidência da República sobre uma possível reabilitação das empreiteiras da Lava Jato para que o Novo PAC seja conduzido dentro do cronograma.
No entanto, resistências internas no PT e no próprio governo, tendem a deixar o mercado das grandes obras aberto para estrangeiros.
Fonte: Folha de S. Paulo