O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ), engenheiro civil Miguel Fernández, anunciou uma medida enérgica diante da nomeação do advogado Robson Campos para o cargo de vice-presidente de engenharia de expansão da Eletrobrás. O Conselho irá oficiar a Eletrobrás para obter esclarecimentos sobre os critérios utilizados pela empresa nessa nomeação, considerada um desrespeito às diretrizes da própria instituição, que preza pela ética em sua governança corporativa.
Robson Campos foi graduado pela UFRJ. Cursou especialização em Finanças pelo IBMEC e é mestre em gestão pela Universidade de Georgetown. Iniciou a carreira em 1990 na Wartsila, onde permaneceu de 1990 a 2016, ocupando diferentes posições, como diretor executivo de energia para o Mercosul e presidente e CEO da operação brasileira. De 2020 a dezembro de 2023, ocupou a posição de CEO da operação brasileira de Engenharia e Construção do grupo chileno Sigdo Koppers.
Miguel Fernández declarou: “Não vamos tolerar o exercício ilegal da engenharia institucionalizado dessa maneira.” O presidente do CREA-RJ está apoiando o movimento espontâneo de outros Conselhos Regionais de Engenharia contra essa nomeação, reforçando a importância de que cargos técnicos sejam ocupados por profissionais habilitados em suas respectivas áreas.
A nomeação do advogado para o cargo de vice-presidente de engenharia de expansão foi anunciada pela Eletrobrás em 8 de dezembro do ano passado, provocando reações imediatas de repúdio por parte dos Conselhos de Engenharia em todo o país. O Conselho de Engenharia de Santa Catarina foi um dos primeiros a emitir uma nota de repúdio, seguido por outras entidades.
O presidente do CREA-SC, engenheiro Kita Xavier, destacou: “Defendemos que todos os cargos técnicos devem ser ocupados por profissionais dentro de sua área de atuação e atribuições.”
Os Conselhos, responsáveis por combater o exercício ilegal da profissão de engenheiro, destacam que a nomeação de um profissional sem formação técnica em engenharia para o cargo evidencia uma grave falta de compromisso com as atividades essenciais da empresa, além de representar um “claro menosprezo” aos engenheiros do país.
Fonte: Diário do Rio