CCR quer ganhar fôlego financeiro para participar dos próximos leilões de rodovias

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Margem de ganho no segmento é maior.

Empresa contrata bancos para rever portfólio, mas não tem pressa de negociar ativos

A CCR quer fazer caixa e participar de novas rodadas de concessão de rodovias, ativos de maior margem de ganho. No ano passado, a empresa já havia tornado público seu plano de se desfazer de concessões de aeroportos e de procurar sócios minoritários para sua operação de mobilidade, durante o CCR Day, no qual foram discutidas metas da empresa até 2035.

Ainda assim, a empresa, que tem um portfólio composto por 17 aeroportos no país, além de linhas de metrô, trens e VLT no Rio, não tem pressa em negociar seus ativos.

A companhia contratou o banco Itaú BBA e a Lazard, assessoria financeira especializada em fusões e aquisições, para tratar dos aeroportos. Os bancos BTG e Goldman Sachs buscarão interessados, inclusive estrangeiros, em investir nos ativos de mobilidade.

Mais de 49% das ações da CCR são negociadas em Bolsa. No ano, os papéis sobem mais de 13%. Entre os acionistas com maior participação estão Soares Penido, Votorantim, Itaúsa e Grupo Mover (ex-Camargo Corrêa).

Investimento realizado
Ontem, a empresa prestou esclarecimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, órgão regulador do mercado) e afirmou que “não obstante a contratação dos assessores financeiros”, reitera que “não há qualquer negociação sobre potenciais movimentos ocorrendo no momento”, qualquer acordo vinculante ou perspectiva concreta de efetivação de operação.

— Com várias concessões em curso, muitas empresas estão reavaliando seus ativos. Fazem caixa e reciclam portfólios para entrar nas próximas rodadas — diz Juan Landeira, diretor senior da A&M Infra.

Um analista que prefere não se identificar lembra que a CCR decidiu ficar fora da disputa da sétima rodada de concessões de aeroportos e perdeu a chance de levar Congonhas, que poderia trazer mais sinergia aos terminais que a empresa administra nas regiões Sul e Sudeste.

Mas, para ele, o fator principal para a venda é a margem de ganho, muito maior em concessões de estradas, diz o analista, do que com os terminais aéreos ou ativos de mobilidade urbana. Na conferência de resultados da empresa relativos a 2024, o comando da CCR disse que o período foi fundamental para as obrigações de obras em 14 aeroportos. Ou seja, o grande bloco de investimentos que era necessário na primeira fase já foi feito.

Entre os terminais que fazem parte do portfólio da CCR estão: Curitiba, Belo Horizonte, Goiânia, São Luís e Pelotas. Por ano, são transportados 43 milhões de pessoas nesses terminais. Entre os ativos de mobilidade estão o VLT no Rio, as linhas amarela (linha 4) e lilás (linha 5) do metrô de São Paulo, as linhas 8 (diamante) e 9 (esmeralda) dos trens da antiga CPTM e o metrô da Bahia. A concessão de barcas no Rio que a empresa detinha encerrou-se em fevereiro.

Outro analista a par do tema afirma que a CCR pretende rever seu portfólio, mas não vai se desfazer de ativos “a preço de banana”. Procurada, a CCR não comentou o assunto.

Fonte: O Globo