O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) subscreveu R$ 1,8 bilhão em debêntures de infraestrutura em oferta pública de R$ 3,8 bilhões realizada pela concessionária Iguá Rio de Janeiro S.A., na maior emissão incentivada da história do setor de infraestrutura do país. A empresa faz parte do grupo Iguá Saneamento, que possui em seu portfólio quinze contratos de concessão, incluindo a Iguá Rio, além de três contratos de Parcerias Público-Privadas, atendendo a mais de 7 milhões de pessoas em seis estados do país.
A participação do BNDES viabilizou a emissão em momento de restrição de liquidez no mercado e redução de emissões de debêntures em geral, decorrentes de eventos corporativos recentes, garantindo a viabilidade do projeto e a realização dos investimentos para a população.
Carlos Brandão, CEO da Iguá Saneamento, destaca que “o projeto mostra o comprometimento da Iguá com a qualidade dos serviços prestados e com a universalização do saneamento básico, e a participação do BNDES foi crucial para viabilizar e dar segurança para a realização da oferta”.
A percepção é corroborada por Daniel Vaz, do Banco BTG Pactual, uma das instituições coordenadoras da emissão e assessor de project finance da Iguá. Segundo ele, “a operação marca a retomada do mercado de capitais e a participação do BNDES ancorando a emissão foi muito importante para o sucesso”.
A operação reflete a atuação do Banco em todas as fases dos projetos, desde a estruturação do projeto, que foi realizada pelo BNDES, até o financiamento. Além disso, o projeto evidencia o esforço do Banco em diversificar as soluções de financiamento para empresas brasileiras, atuando em conjunto com instituições financeiras privadas e alavancando o mercado de capitais nacional.
No bloco 2 da concessão de saneamento no Rio de Janeiro, são cerca de 1,2 milhão de pessoas atendidas pela Iguá, em três municípios do estado, incluindo Miguel Pereira, Paty do Alferes e 18 bairros da capital. Cerca de 30% da população residente nas localidades da concessão não tem tratamento de esgoto adequado. O contrato prevê a universalização dos serviços de saneamento para essa população até 2033.
Os recursos compõem parte das fontes de financiamento que ajudarão a viabilizar os investimentos em saneamento básico para a universalização dos serviços de água e esgoto e para a consecução de projetos especiais, como a revitalização do complexo lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, aponta que “a participação do BNDES mostra o compromisso do banco com a viabilização de projetos de impacto para a população e foi fundamental para viabilizar a emissão em momento de crise no mercado”. A emissão também se destaca por ter recebido o selo de debênture sustentável, categoria específica para projetos que geram impactos sociais e ambientais positivos. Fonte: Monitor Mercantil.