Representantes do setor privado e especialistas abordaram o tema em seminário do projeto G20 no Brasil, que une “O Globo”, Valor e CBN
Promover investimentos em infraestrutura e aprimorar o arcabouço legal para dar segurança aos investidores foram apontados por especialistas e representantes do setor privado como contribuições necessárias para aumentar a competitividade da indústria brasileira no cenário internacional.
Para o vice-presidente do Grupo Stefanini, Ailtom Nascimento, o país enfrenta gargalos em logística e infraestrutura com barreiras não só aos transportes, mas também na comunicação entre as regiões. “Um dos grandes gargalos que temos e devemos abrir a possibilidade de investimentos externos é no desenvolvimento de estradas e novos modais de transportes, na parte de ferrovias e por meio naval.
O executivo participou do seminário “A nova política industrial brasileira e o desafio de se tornar competitiva”, realizado nesta quarta-feira (21). O evento faz parte do projeto G20 no Brasil, que une os jornais “O Globo”, Valor e rádio CBN na cobertura da presidência brasileira do grupo dos países mais ricos do mundo, e discutiu como levantar recursos para a inovação e soluções para viabilizar a transição energética e a inclusão no setor industrial.
Nascimento sugeriu que o Brasil aproveite a presidência do grupo que reúne as maiores economias do mundo, mais União Europeia e Africana, e também do Brics, ano que vem, para apresentar uma agenda positiva de investimentos. “O Brasil talvez seja o país que ofereça mais esse tipo de oportunidades no mundo”, disse.
O executivo ainda destacou a importância de desenvolver projetos limpos — com estudos geológicos preliminares e sem entraves jurídicos — para atrair grandes investidores para áreas de infraestrutura, logística e transportes. “Muitos investidores esbarram em problemas jurídicos e até geológicos. A gente não entrega projetos limpos e precisamos focar nisso.”
Ao discorrer sobre o potencial de o Brasil despontar como uma potência em hidrogênio verde, a diretora de energia e descarbonização da Vale, Ludmila Nascimento, acrescentou que a construção de um arcabouço regulatório é primordial para reduzir o risco dos investidores. “É uma questão primordial para atrair investimentos que geralmente são de longo prazo”, afirmou.
Para ela, o país também vai precisar realizar incentivos mais assertivos para se tornar competitivo nos próximos anos. “Isso porque a gente não tem a mesma quantidade de recursos que os Estados Unidos e a Europa para dar incentivos”, disse.
E acrescentou: “Isso é muito importante para infraestrutura também. Temos capacidade, mas precisamos avançar em todas essas discussões.”
Fonte: Valor Econômico