Os investimentos em infraestrutura precisam ser equivalentes a 4,3% do PIB, ao longo de dez anos, para ampliar a competitividade e gerar crescimento econômico do país. O dado integra um levantamento da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e leva em consideração as áreas de transporte, energia, telecomunicações e saneamento.
A meta, apesar de ambiciosa, tem parceiros importantes no setor privado. Entre elas está a Cosan, que tem no portfólio empresas que fornecem gás natural, geram eficiência logística para o agronegócio nacional, produzem combustíveis renováveis, oferecem eficiência a operações industriais por meio de lubrificantes e viabilizam diversas outras atividades relevantes da economia brasileira.
É com nomes conhecidos como a Raízen, Compass, Rumo, Radar, Moove e Vale que a Cosan gera impacto positivo na economia nacional ao investir de maneira relevante em infraestrutura e em energia – o que ajuda a consolidar o Brasil como ator importante nas cadeias de suprimento globais e referência em soluções com menor pegada de carbono.
Outro efeito é o aumento da competitividade dos produtos nacionais no mercado mundial. Para aprimorar ainda mais esse modelo, a Cosan auxilia a destravar gargalos históricos que há décadas atravancam o desenvolvimento brasileiro, especialmente na área da infraestrutura.
“Existem atores diferentes na infraestrutura. Isso é fundamental para a competitividade do Brasil, que tem vantagens mundiais claras no agronegócio e na indústria extrativista e elas passam, no final das contas, por infraestrutura”, diz Rodrigo Araujo, CFO da Cosan.
Empresas investidoras
Segundo Araujo, houve abertura de espaço para o investimento privado de infraestrutura no Brasil, nos últimos anos, seja via modelos de concessão, seja ampliando o arcabouço regulatório. Esse movimento possibilitou, por exemplo, a construção de uma ferrovia com modelo de autorização estadual em Mato Grosso, pela Rumo, operadora ferroviária. O ativo é estratégico para o escoamento da produção do agronegócio brasileiro.
Já a Compass, empresa que amplia a penetração e diversifica o mercado de gás no Brasil, viabilizou a criação do Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP), localizado no Porto de Santos. Com investimento privado de aproximadamente R$ 1 bilhão, o terminal é essencial para garantir a segurança energética da Região Metropolitana de São Paulo.
Esses são alguns dos investimentos do conglomerado que ultrapassam uma dezena de bilhões em obras de infraestrutura.
Infraestrutura e descarbonização
Para a economista Joisa Dutra, professora na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, o Brasil tem um desafio muito grande de descarbonizar transportes e indústria. “Aproveitar o potencial energético do Brasil significa identificar as oportunidades e criar soluções que integrem energia, clima e a dimensão ambiental e econômica.” Segundo ela, o país “está caminhando para uma arquitetura descentralizada, na qual o papel dos agentes, dos investidores, é maior.”
Essa é a mesma mentalidade da Cosan, que tem impulsionado projetos e obras que, ao fim e ao cabo, geram empregos e auxiliam no aprimoramento da infraestrutura no Brasil, na transição energética e na descarbonização porque aumentam a eficiência das operações e privilegiam as matrizes renováveis. “Quanto mais investidores, mais investimentos, por essência. Se você deixa qualquer coisa na mão de um único ator, você nunca caminhará para ter o máximo de investimento”, afirma Araujo.
“A descarbonização é um processo de riscos e oportunidades. Porém, isso demanda estratégia para articular diferentes dimensões no aproveitamento da nossa vantagem competitiva”, diz Joisa Dutra. Especialista na área, ela ressalta que “os problemas têm ficado mais complexos e, cada vez mais, a gente está exposto a esse mundo de redes sociais no qual as pessoas buscam soluções simples, que podem não ser as corretas.”
O projeto da ferrovia estadual da Rumo, por exemplo, consiste em um importante corredor logístico, que ligará os municípios de Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e Cuiabá, no Estado de Mato Grosso, ao Porto de Santos. Atualmente, as obras avançam em ritmo acelerado pelos primeiros 160 km, entre Rondonópolis e Primavera do Leste.
A empresa adotou iniciativas para reduzir suas emissões em prol da descarbonização e iniciou os primeiros testes com duas locomotivas híbridas, que foram desenvolvidas em parceria com a Progress Rail.
Os modelos funcionam com sistema Diesel-Elétrico em conjunto com um banco de baterias que são abastecidas com a energia regenerada pelos motores de tração quando estão operando em freio dinâmico. As locomotivas híbridas possuem motores mais eficientes e que, somados à utilização de baterias para o armazenamento de energia, podem colaborar com a redução de até 30% no consumo de combustível para a mesma capacidade de carga quando comparado às locomotivas atualmente utilizadas.
Na Compass, os projetos privilegiam o gás natural, o mais limpo entre todos os combustíveis fósseis e cuja utilização é vital para a segurança da matriz enérgica. No início deste ano, a empresa deu início às operações da Edge, nova companhia que reúne atividades de infraestrutura e comercialização e já surge com um portfólio robusto, com destaque para o Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP), localizado no Porto de Santos. O empreendimento conta com um navio especializado em armazenar e regaseificar gás natural liquefeito (GNL).
Com a iniciativa, a Edge viabiliza a expansão da oferta do energético e o mercado livre de gás. Nos próximos anos, a empresa investirá em infraestrutura para que parte do GNL seja comercializada para clientes não conectados às redes de gasodutos de distribuição e que querem substituir combustíveis como carvão, diesel e óleo combustível.
Também neste ano, a Raízen inaugurou uma nova planta de Etanol de Segunda Geração (E2G), no Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba (SP). Com investimento aproximado de R$ 1 bilhão, a segunda planta de etanol celulósico da companhia é a maior do mundo. A planta conta com 80% do volume já contratado.
A Raízen aposta no etanol para atender o seu compromisso de produzir a energia do futuro de forma limpa e renovável, como uma resposta para a crescente demanda global de uma economia de baixo carbono, além de ser uma oportunidade de expansão para setores de difícil descarbonização, como aviação e transporte marítimo.
“A infraestrutura como um todo também é emprego, são obras que envolvem milhares de pessoas trabalhando por anos em uma mão de obra que tem de ser treinada e qualificada. Isso transforma a vida dessas pessoas, não apenas o país”, enfatiza Araujo.
Fonte: Jota