As concessões rodoviárias são um sucesso incontestável
Bogossian: “As concessões rodoviárias são um sucesso incontestável”
Francis Bogossian, presidente da AEERJ (Associação das Empresas de Engenharia
do Rio de Janeiro), avalia de forma positiva o uso do investimento privado em
obras de infra-estrutura. Em entrevista à Agência ABCR, ele discute a construção
do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP)
e fala do Programa Brasileiro de Concessão de Rodovias. Veja, abaixo, trechos da
entrevista.
Agência ABCR – Em dezembro de 2005, o senhor participou de um ato público a
favor a construção do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro com a participação da
iniciativa privada. Qual a importância desta obra?
Francis Bogossian – O Arco Rodoviário do Rio de Janeiro é um dos projetos
mais importantes de nosso Estado. Além de gerar aumento da arrecadação do
Estado, o Arco Rodoviário vai propiciar melhores condições de escoamento da
produção pelo Porto de Sepetiba, com a redução do trajeto não apenas para os
produtos produzidos no Norte e no Sul do Estado, mas também das cargas
provenientes de São Paulo, Minas Gerais ou Espírito Santo. Ao mesmo tempo, vai
aliviar sobremaneira o tráfego na Avenida Brasil que hoje está bastante
sobrecarregado.
O Arco Rodoviário do Rio é o projeto ideal para ser construído a partir de
uma Parceria Púbico-Privada (PPP), não só porque aliviará os cofres públicos
como, certamente, propiciará à iniciativa privada o retorno do seu investimento.
Agência ABCR – Como o senhor avalia o programa de concessão de rodovias no
Brasil? Qual sua expectativa em relação à licitação de oito novos lotes de
rodovias à iniciativa privada, anunciada pelo Ministério dos Transportes, que
inclui os trechos da BR-101 no Rio de Janeiro e no Espírito Santo?
FB – As concessões rodoviárias são um sucesso incontestável. Os usuários
dispõem de estradas bem conservadas, bem sinalizadas e com toda assistência em
caso de necessidade. O governo exerce apenas o papel de controle e fiscalização,
sem qualquer custo para os cofres governamentais.
Agência ABCR – A AEERJ foi fundada em 1975. Como o senhor avalia esses 30
anos de atividades da associação e quais foram as obras públicas que tiveram
mais destaque?
FB – A AEERJ tem um papel fundamental para o setor de obras públicas do Rio
de Janeiro pelo caráter conciliador que exerce entre as construtoras e os órgãos
públicos do Estado e dos municípios. Infelizmente, os investimentos em obras
públicas diminuíram muito nestes últimos 30 anos, não apenas no Rio como no
Brasil de maneira geral. Entre as obras com maior destaque neste período,
podemos citar a Linha Lilás (1978), a Linha Vermelha (1992), a Linha Amarela
(1997), o CIEP (Centro Integrado de Educação Pública) e a ampliação da Estação
de Tratamento de Água do Guandu.
Agência ABCR – Em artigo para o Jornal do Brasil, o senhor escreveu que, de
acordo com estimativas, somente de 10% a 15% da malha viária brasileira pode ser
privatizada. Por quê?
FB – É lamentável que não seja possível privatizar toda a malha rodoviária,
pois nem todas possuem tráfego que proporcione retorno financeiro compatível com
o investimento. Por essa razão, somente de 10% a 15% da malha rodoviária
nacional atendem os requisitos necessários a privatização.