Empresas, políticos e operadores no escândalo de corrupção em contratos públicos buscam a anulação de decisões judiciais
Prestes a completar dez anos, a Operação Lava-Jato está sendo demolida no Judiciário. Empresas, políticos e operadores no escândalo de corrupção buscam a anulação de decisões judiciais. Agora são protagonistas da operação que estão na mira da Justiça. Não há dados oficiais sobre o total pactuado e já devolvido entre multas, acordos de leniência e de colaboração celebrados por todos os órgãos de controle envolvidos, mas os números disponíveis são eloquentes.
Os 27 acordos de leniência feitos com o Ministério Público somam R$ 12,98 bilhões. Outros 11 foram feitos pela Controladoria-Geral da União (CGU), alcançando R$ 12,869 bilhões. Há um acordo de R$ 819 milhões fechado pela Technip, em 2019, com os dois órgãos.
Além disso, foram homologados no Supremo Tribunal Federal 123 acordos de colaboração premiada com pessoas físicas, de acordo com o gabinete do ministro Luiz Edson Fachin, do STF, tendo sido arrecadados R$ 2,067 bilhões até 11 de dezembro passado.
Um dos rostos mais conhecidos da Lava-Jato, o procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima diz que a “intimidação às instituições funcionou”. Já Gilmar Mendes, do STF, diz que ela manchou a imagem do Judiciário, contribuiu para a ascensão do bolsonarismo e pôs em xeque a legalidade dos acordos de leniência e de delação premiada.
Fonte: Valor Econômico