A Águas do Rio, principal concessionária de saneamento básico do Rio de Janeiro, afirma que o governo estadual inflou os dados sobre coleta de esgoto de cidades em que atua no edital de licitação para a privatização do serviço em 2021.
Em ofício enviado à Agenersa (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico) em 31 de outubro do ano passado, a empresa indica a necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão.
A revisão pode impactar os investimentos de R$ 24 bilhões prometidos, incluindo a despoluição da baía de Guanabara.
Em nota, o governo estadual afirma que está avaliando os números do processo de concessão e que “qualquer necessidade de ajuste poderá ser pleiteada pela concessionária”.
A Águas do Rio diz que discute o tema com a Agenersa e o governo desde novembro de 2023 e reforça o compromisso com a execução do plano de investimentos.
O diagnóstico da Águas do Rio ainda está incompleto. A concessionária afirmou à agência reguladora que ainda não teve tempo hábil de analisar todos os documentos encaminhados pela Cedae, antiga responsável pelo saneamento básico na região. Ela promete finalizar o estudo em abril.
Contudo, declara já ter identificado “drástica discrepância entre os percentuais informados pela Cedae à época da modelagem da licitação e o existente em municípios populosos”.
As principais cidades em que a diferença foi encontrada são Duque de Caxias, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Belford Roxo, Itaboraí e Mesquita.
Fonte: Folha de S. Paulo