Agenda de governo
Luiz Fernando Santos Reis
O Brasil apresenta números desanimadores para infraestrutura. Investiu em 2017 apenas 1,7% do PIB, muito menos do que o necessário para cobrir a depreciação dos insuficientes ativos, quando seria ideal, no mínimo, 4% do PIB nos próximos 20 anos. O que dizer de nosso estado, que ano passado direcionou ridículos 0,05% do PIB estadual. Importante considerar que nenhum empreendimento foi iniciado, o que nos últimos anos virou rotina.
Vivemos um colapso em todos os setores. As estradas estão em péssimas condições. No saneamento, a situação é lamentável. A cobertura na coleta e tratamento de esgotos diminuiu. Com isso, aumenta a poluição de rios e cresce a demanda ao sistema de saúde em grave crise.
Desassoreamento e dragagem do sistema fluvial, principalmente na Baixada Fluminense, são medidas imperiosas para minimizar problemas de enchentes. As deficiências na infraestrutura do sistema prisional são patentes, e é necessário melhorá-lo e ampliá-lo. O mesmo pode ser dito de prédios das escolas, postos de saúde e hospitais.
É brutal a necessidade que o estado tem por investimentos e o cenário para o próximo governo será difícil. No âmbito nacional, em 2017, os investimentos privados (63%) ultrapassaram os públicos.
O desafio é garantir estabilidade das regras com planos de longo prazo e criar maior segurança jurídica, principalmente se considerarmos que são projetos de porte. Segundo Claudio Frischtak, referência em Infraestrutura no Brasil, “ao setor público, caberia fazer a estratégias, mobilizar parcerias e reformar sua governança”.
O grande desafio é colocar a infraestrutura como uma das prioridades nos programas dos candidatos ao governo do estado. Investimentos em infraestrutura reduzem o desemprego, diminuem o custo logístico baixando o custo de transporte e a demora nos deslocamentos, promove o aumento da arrecadação de impostos e o ganho de produtividade. Enfim, melhora qualidade de vida.