Altos investimentos em infraestrutura garantem crescimento do PIB

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Uma vez confirmado, o valor supera o recorde recente de R$ 239,7 bilhões registrados em 2014. A consultoria Inter B, por sua vez, calcula que os aportes tenham chegado a 1,87% do PIB no último ano, o maior patamar desde 2016.

Apesar da taxa básica de juros se manter em um patamar elevado – a Selic deve atingir 15% –, os investimentos em infraestrutura avançam no Brasile devem se manter aquecidos em 2025. Segundo estimativas da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o desembolso no setor atingiu 2,22% do PIB em 2024, totalizando R$ 259,3 bilhões.

Uma vez confirmado, o valor supera o recorde recente de R$ 239,7 bilhões registrados em 2014. A consultoria Inter B, por sua vez, calcula que os aportes tenham chegado a 1,87% do PIB no último ano, o maior patamar desde 2016.

— O investimento como proporção do PIB vem crescendo desde 2021, mesmo em um cenário de expansão da economia acima de 3% ao ano. Esse não é um movimento desprezível — disse Roberto Guimarães, diretor de Planejamento e Economia da Abdib, a jornalistas.

Cenário
Para este ano, a instituição prevê um avanço de 11,14%, o que elevará os investimentos para R$ 288,2 bilhões. A onda recente de investimentos é reflexo do grande número de leilões de infraestrutura realizados nos últimos anos, cujos contratos estão em fase de obras apenas agora.

— O investimento elevado de hoje é fruto da quantidade significativa de concessões em diversos setores. Isso tem mantido o ritmo de expansão, independentemente do cenário macroeconômico — avaliou Ewerton de Souza Henriques, sócio da SH Consultoria.

Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios estruturais. Segundo a Abdib, o investimento necessário para cobrir a depreciação do capital e garantir a manutenção e expansão da infraestrutura nacional deveria ser 2,27% do PIB, o que significa um déficit de R$ 266 bilhões em 2024. O setor de transportes e logística concentra a maior parte dessa defasagem, com uma lacuna de R$ 201,4 bilhões.

Curto prazo
Segundo Eric Brasil, diretor da LCA Consultoria, a resiliência do investidor de infraestrutura aumentou nos últimos anos, impulsionada por um ambiente regulatório mais sólido e contratos com mecanismos mais robustos de compartilhamento de riscos.

— Hoje, há mais segurança jurídica e os investidores estão menos sensíveis a crises de curto prazo. As concessões foram aprimoradas e as agências reguladoras passaram a atuar com maior transparência — observa.

A falta de concorrência nos leilões, no entanto, pode se transformar em um problema.

— Quando há poucas propostas, a falta de comparação pode resultar em projetos menos sustentáveis no longo prazo, com orçamentos que podem não se sustentar diante das oscilações de preços de insumos — concluiu Henriques.

Fonte: Correio do Brasil