Economista calcula em torno de R$ 5 bilhões o tamanho do bloqueio orçamentário para que governo cumpra arcabouço
Embora continue sendo um desafio reduzir o déficit das contas públicas para pelo menos 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), o mercado agora calcula uma chance maior de o governo chegar neste ano ao limite inferior da meta fixada no arcabouço fiscal.
A distância ao objetivo foi encurtada pelo aumento da arrecadação, graças às surpresas positivas da atividade econômica, porém a meta exigirá algum freio nos gastos na reta final do ano.
Nas contas do Santander, que passou a ver uma probabilidade superior a 50% de cumprimento da meta, o esforço fiscal para atingir o objetivo é de aproximadamente 0,2% do PIB.
Em valores, cálculos feitos pela Instituição Fiscal Independente (IFI) apontam para a necessidade de superávit – ou seja, receitas superiores às despesas – superior a R$ 42 bilhões no último trimestre do ano. Se fizer isso, o governo conseguirá terminar 2024 com déficit de R$ 28,8 bilhões, saldo aceito pela regra fiscal.
Também há motivação política para que o esforço seja feito, uma vez que, pelas penalidades do arcabouço, o estouro da meta levará a um menor espaço para gastos em 2026, ano em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provavelmente buscará a reeleição.
Já em relação ao ano que vem, haverá ainda o desafio de acomodar a expansão das despesas obrigatórias dentro do limite do arcabouço, que permite um aumento das despesas em, no máximo, 2,5% acima da inflação.
O teto, se respeitado, implica uma redução relevante do impulso fiscal em 2025, conforme avaliaram analistas da Bradesco Asset Management em sua última revisão mensal de cenário.
Fonte: CNN Brasil