O Porto Maravilha, projeto de reurbanização da Zona Portuária do Rio, entra em contagem regressiva para converter os primeiros prédios comerciais da região em imóveis residenciais. Em obras há dois meses, um edifício na Rua Sacadura Cabral, vizinho ao Largo da Prainha e à Pedra do Sal, começa a ter suas 186 unidades distribuídas em 12 andares vendidas a partir do próximo dia 25.
Detalhes do condomínio, batizado de Sal Rio Residencial, foram apresentados ontem pelo Grupo CTV. Os estúdios e apartamentos, de 22 metros quadrados a 35 metros quadrados, vão custar entre R$ 189 mil e R$ 355 mil. Em agosto está previsto o lançamento do projeto para retrofitar o edifício A Noite, na Praça Mauá.
Até o anúncio do Sal, todos os projetos imobiliários no Porto eram de prédios novos. A situação é diferente na área sob influência do Reviver Centro (programa da prefeitura que concede benefícios fiscais a construções residenciais na região), onde pelo menos cinco empreendimentos comerciais foram convertidos em residenciais.
— A fachada está sendo preservada. Mas os espaços internos estão sendo reorganizados. A previsão é vamos concluir a reforma em dois anos. Além das residências, teremos lojas na frente do prédio, no térreo — explicou Felipe Videira, CEO do Grupo CTV, responsável pelo projeto.
No segundo andar, o projeto prevê a a instalação de um restaurante, com um mirante de onde o frequentador poderá observar a movimentação na Pedra do Sal. No telhado — ou roof top, como as construtoras têm chamado — estão projetadas piscina e área gourmet.
Como em outros prédios que estão sendo convertidos em residenciais na região do Centro, as unidades não terão gás canalizado para fogões. E será instalada uma lavanderia coletiva . O edifício não terá garagem.
Em estilo art déco, o imóvel foi erguido nos anos de 1940 e já teve vários usos. O primeiro proprietário foi o empresário Assis Chateaubriand que usou o imóvel para sede das redações de dois jornais (já extintos) editados pelo Diários Associados: O Jornal e o Diário da Noite. Ali, já funcionaram também a Cedae e o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea). O prédio está fechado há dez anos.
— A realidade é que existe na região central do Rio demanda para unidades menores, assim como em alguns pontos da Zona Sul—avalia Victor Tulli, da Lobi, startup especializada na gestão de imóveis.
Segundo estimativas da Companhia Carioca de Parcerias e Concessões (CCPar) — órgão da prefeitura — , até o fim de 2026, a Zona Portuária chegue a oito mil novas moradias entregues desde 2021, representando um acréscimo de mais de 20 mil moradores. Seis mil dessas unidades devem ser entregues até 2025.
Um dos maiores projetos é o residencial Heitor dos Prazeres , com 1282 unidades, localizado em frente à estação da Praia Formosa. A obra foi retomada depois de dez anos pela Cury, que comprou o terreno.
Fonte: O Globo