Indicada à presidência da Petrobras sinaliza redirecionamento da empresa e investimentos no Estado do Rio de Janeiro
Escolhida para substituir Jean Paul Prates no comando da empresa, Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e funcionária de carreira da Petrobras por 22 anos, prometeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva acelerar projetos considerados estruturantes pelo governo, como a retomada da refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), bem como investimentos em gás e fertilizantes.
Além disso, nos últimos anos, ela tem escrito artigos sobre o setor de óleo e gás e concedido entrevistas como especialista do setor, o que dá pistas sobre o que ela pensa e como pretende atuar à frente da maior estatal brasileira.
Em um desses artigos, intitulado ‘Petróleo gera riqueza para quem?’, publicado em novembro de 2023, Magda defendeu que a estatal gere retorno social para o país — uma demanda frequentemente repetida por Lula e integrantes do governo e do PT —, com ampliação de investimentos no Rio de Janeiro e demais estados produtores de petróleo.
“Espera-se, agora, que esse mesmo governo, assim como sua estatal, retribuam o esforço da sociedade em seu benefício e direcione ao Rio de Janeiro e demais estados capazes de fornecer bens e serviços, uma fatia de seus investimentos um pouco maior do que a que vem sendo destinada.”, escreveu a futura presidente.
Ao longo do mesmo artigo, Magda ressaltou que, apesar da maior parte dos recursos petrolíferos do pré-sal estarem localizados no Rio de Janeiro, o estado “considerado a capital brasileira do petróleo” amargou perda de quase 10% dos seus postos de trabalho com carteira assinada entre 2014 e julho de 2023. A engenheira argumentou que o Estado do Rio tem mais de dez estaleiros ociosos, e cada um deles poderia alocar cerca de 2 mil trabalhadores.
“Aguarda-se pelos estaleiros lotados, conforme promessa da empresa, veiculada por diversos veículos da mídia especializada, em agosto de 2023″, escreveu a mesma.
Fonte: O Globo, Valor Econômico e Brasil Energia