Secas na Amazônia, fortes temporais no sul do país e a maior incidência de altas temperaturas ao redor do globo foram alguns dos eventos climáticos que marcaram o ano de 2023. Segundo pesquisa realizada pela consultoria em temas ligados à ESG (do inglês, Environmental, social and governance), CAUSE, em parceria com o Instituto de pesquisa IDEIA, a expressão do ano no Brasil é “mudanças climáticas”. O termo foi citado por mais de 1550 respondentes, correspondendo a 37% dos entrevistados. A pesquisa Palavra do Ano 2023 selecionou sete palavras para definir o ano.
De acordo com a pesquisa, que também ouviu entrevistados das principais comunidades do país, o termo “mudanças climáticas” foi seguido por “resiliência” (14%) e “conflito” (12%) no ranking. Além dessas palavras, foram citadas também “inteligência artificial” (10%), “vulnerabilidade” (6%), “urgências” (5%) e “desinformação” (4%). No ano passado, as palavras escolhidas na pesquisa foram: “esperança”, “decepção” e “dificuldade”.
“Se antes as mudanças climáticas eram um alerta limitado a ecologistas, hoje o problema virou realidade e ganhou voz e preocupação para quase 4 em cada 10 brasileiros. De norte a sul, a população brasileira de todas as classes, faixas etárias, gênero e regiões sentiu como as mudanças climáticas agora fazem parte do nosso dia a dia. As mudanças climáticas de 2023 trazem o meio ambiente para a agenda em nosso país”, comenta Cila Schulman, CEO do Instituto de Pesquisa IDEIA.
A expressão “mudanças climáticas” ser a eleita entre os entrevistados confirma a tendência global em torno do tema. Dados do Google, apresentados pela BBC 100 Women, revelam que as buscas online pelo termo “ansiedade climática” – angústia causada pelos impactos do aquecimento global – aumentaram 73 vezes nos primeiros dez meses de 2023, se comparado com o mesmo período de 2017. Já segundo o The Economist, o termo escolhido para o ano de 2023 foi “inteligência artificial” e “Chat GPT”, que demonstra outra tendência deste ano.
“A escolha da maioria pelo termo ‘mudanças climáticas’ mostra claramente a preocupação dos brasileiros sobre as consequências da degradação desenfreada do planeta. Estamos em uma fase sem precedentes na história, em que a população sente intensamente os impactos de atividades industriais e humanas no clima. O resultado indica que a população deve cobrar cada vez mais de organizações, líderes e decisores ações concretas de enfrentamento à crise climática. É a nossa sobrevivência que está em jogo.”, avalia Leandro Machado, cientista político e sócio cofundador da CAUSE.
Fonte: Exame