A indústria offshore brasileira vislumbra um horizonte promissor de novas oportunidades com o descomissionamento sustentável de sistemas de produção marítimos. É um ciclo virtuoso que se inicia no país, abrindo caminho para novos investimentos, ocupação de estaleiros nacionais, geração de empregos e aquecimento da economia circular. O descomissionamento é um conjunto de atividades associadas à interrupção definitiva das operações de unidades offshore — incluindo poços, plataformas e equipamentos submarinos — que estão no fim da vida produtiva, seguindo um caminho natural da indústria de petróleo e gás.
Mas, longe de resultar numa sentença de morte dos sistemas, o descomissionamento com viés sustentável dá uma nova vida às estruturas envolvidas, promovendo a reutilização e a reciclagem de parte dos componentes como dutos submarinos e poços — que são reinterligados —, além de módulos das unidades produtivas, trazendo um efeito multiplicador para a economia e a indústria. O descomissionamento abrange desde a desativação e destinação final das plataformas e dos sistemas submarinos até o fechamento definitivo dos poços, sempre com foco em sustentabilidade, segurança e cuidado com pessoas e meio ambiente.
Para ter ideia, a Petrobras destinará US$ 11 bilhões às atividades de descomissionamento nos próximos cinco anos, envolvendo a destinação sustentável de 23 plataformas, o fechamento definitivo de mais de 550 poços e a remoção de quase 2 mil quilômetros de linhas flexíveis — equivalente à distância entre Rio de Janeiro e Maceió. Depois de 2028, a empresa prevê a remoção de mais 40 unidades, conforme previsto pelo Plano Estratégico da companhia. Pautado pelas mais rigorosas práticas ASG (ambientais, sociais e de governança), o plano de descomissionamento reforça o compromisso global da empresa com a sustentabilidade e a transição energética justa.