O governador do Rio começou a semana de pires na mão. Foi a Brasília pedir mais um refresco no regime de recuperação fiscal. Cláudio Castro se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na saída, falou em “quebradeira” e disse que o Rio não tem “a menor condição” de pagar o que deve no ano que vem.
“Nosso problema vai causar fome no estado, vai causar atraso de salário. E isso é algo que a gente não pode deixar acontecer”, afirmou.
Quem acompanha a política do Rio já se acostumou a esse tipo de apelo. A novidade é ver Castro no papel de pedinte. Até outro dia, ele jurava que as contas públicas estavam em ordem. “Estamos no caminho certo”, repetia.
Em agosto, o governador soltou fogos quando uma agência de classificação de risco recalibrou os critérios para o Brasil. A mudança melhorou a nota de diversos estados, mas Castro usou a notícia para fazer autopromoção.
O que o governador chamou de “nosso problema” é um rombo de R$ 8,5 bilhões nas contas de 2024. O número está no Projeto de Lei Orçamentária Anual apresentado ontem à Assembleia Legislativa.