No último dia do Rio Construção Summit, o diretor da Dimensional Engenharia, empresa associada da AEERJ, e VP do Sinduscon-Rio, Vinicius Benevides, compartilhou insights sobre a interligação do conceito ESG com as certificações ambientais em construções. Durante a apresentação, focou no exemplo da Casa Cave, pioneira em receber a certificação GBC Casa no Rio de Janeiro, além do case do condomínio Minha Casa Minha Vida Chapéu Mangueira, que possui o Selo Azul da Caixa.
Benevides destacou a importância de aprimorar o desempenho dos empreendimentos, visando eficiência, conforto e sustentabilidade. Sublinhou o papel do uso de equipamentos eficientes e da maximização de recursos naturais como pontos fundamentais a serem considerados. Além disso, compartilhou os critérios adotados para a certificação do primeiro empreendimento do Minha Casa Minha Vida no Rio de Janeiro, que resultaram na conquista do Selo Azul. Entre esses critérios, salientou a vedação externa com placa cimentícia, segregação de lixo, coletor solar, lâmpadas de baixo consumo, torneira com arejador e captação de água da chuva.
Ao encerrar sua apresentação, ressaltou os desafios associados à certificação de uma obra, apontando que o custo de uma construção certificada não é maior do que a de uma construção sem certificação. Ele provocou uma transformação na mentalidade dos incorporadores cariocas para promover o desenvolvimento de mais projetos sustentáveis. “A sustentabilidade vai além de práticas como o reuso de água da chuva ou a implementação de painéis solares. É uma abordagem que engloba ser ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável”, destacou.
Além disso, o painel teve a participação do arquiteto Duda Porto, que apresentou o sistema Lite, uma arquitetura de planejamento e eficiência que prioriza o aproveitamento de materiais, transporte e integração harmoniosa entre o homem, a arquitetura e o entorno. A Casa Lite, símbolo desse conceito, reflete a busca por uma vida mais essencial, com um equilíbrio perfeito entre a natureza e seus habitantes, incorporando tecnologias e princípios arquitetônicos essenciais para criar um lar aconchegante e contemporâneo com impacto ambiental mínimo.
Outro debatedor foi Felipe Farias, CEO da Green Building Council Brasil, maior certificadora de ativos ambientais do mundo, que explicou os critérios e objetivos de uma certificação ambiental, destacando que o foco, atualmente, são as práticas construtivas que geram saúde, conforto e bem-estar. Além disso, apontou que o Brasil é o quinto no ranking de certificações ambientais em edificações, mostrando que muitos gestores do setor estão reconhecendo a importância da sustentabilidade, mas que ainda há um grande espaço para crescimento e aprimoramento nesse cenário.
Na linha das certificações, Matheus Fortes, diretor da Forte Soluções, ofereceu uma visão abrangente sobre os critérios e objetivos das principais certificações no Brasil, destacando a importância de compreender os padrões que essas certificações buscam estabelecer, colocando o foco em sustentabilidade, eficiência energética, uso responsável de recursos naturais e qualidade ambiental.
O painel foi mediado por Nilson Sarti, presidente da Comissão de Meio Ambiente da CBIC, e mostrou que a implementação de tecnologias sustentáveis em empreendimentos não apenas promete uma governança eficaz e controle dos processos operacionais e gerenciais, mas também habilita benefícios fiscais, subsídios de zoneamento e outros incentivos financeiros do poder público, incluindo a implementação do IPTU Verde. O objetivo principal foi apresentar uma visão abrangente do mercado dos prédios verdes e certificação ambiental no Brasil, ressaltando soluções técnicas de projeto e produção de edifícios com foco em eficiência, conforto e sustentabilidade no âmbito dos empreendimentos residenciais.