A aprovação da Reforma Tributária e do arcabouço fiscal, em conjunto com a divulgação recente de indicadores econômicos positivos, abre espaço para uma redução da Selic na reunião de agosto do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), na avaliação de setor produtivo.
Representantes da indústria, do agronegócio e da construção civil esperam que o ciclo de cortes na taxa básica de juros impulsione a renda da população e permita a expansão dos investimentos produtivos.
Economista-chefe da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Igor Rocha afirma que a evolução do nível geral de preços corrobora a expectativa de início do ciclo de afrouxamento da política monetária a partir de agosto.
Ele diz que os preços no atacado têm mostrado expressiva descompressão, com queda de 1,3% do IGP-M (Índice Geral de Preços — Mercado) na primeira prévia de julho, enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve deflação de 0,08% em junho.
Economista da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Ieda Vasconcelos afirma que, por conta do patamar atual dos juros, o setor teve dificuldade de renovar o seu ciclo de crescimento iniciado no segundo semestre de 2020.
A projeção de crescimento para o setor, que era de 2,5%, passou para 2% no primeiro semestre, e deve ser revisada novamente para baixo no final de julho.
Além da redução sistemática dos índices de inflação, a aprovação do arcabouço fiscal e da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados contribuem para melhorar o cenário de incertezas em relação ao futuro, diz a economista.
“Acreditamos que todos esses fatos serão considerados pelo Copom e que assistiremos o início da queda dos juros em agosto”, afirma Ieda. Fonte: Folha de S. Paulo