Rio dá volta por cima
Francis Bogossian,
O Estado do Rio de Janeiro vive um momento único, com a convergência de vários fatores que contribuem para seu desenvolvimento. É verdade que o Brasil retomou o crescimento depois de anos de estagnação, mas o Rio de Janeiro não apenas acompanha essa transformação, como supera as melhores expectativas.
Inegavelmente, trata-se de um trabalho conjunto do governo do estado, engajado com o governo federal, com as prefeituras municipais e o setor privado. As reservas de petróleo na costa fluminense são uma dádiva de Deus, assim como a beleza natural do estado, mas as transformações por que estão passando seus 43,7 mil quilômetros quadrados resultam de um trabalho profícuo tanto da administração pública como do empresariado.
Levantamento feito pela Firjan mostra que, entre 2011 e 2012, o Estado do Rio de Janeiro receberá nada menos do que R$ 181 bilhões em investimentos públicos e privados, o que significa mais de R$ 4 milhões por quilômetro quadrado.
De norte a sul o estado se transforma. Na região sul fluminense, o polo metal mecânico cresce com a chegada de novas indústrias e a expansão das já existentes. A retomada das obras da usina nuclear de Angra e a revitalização dos estaleiros impulsionam a economia da área.
Na Região Metropolitana, a usina siderúrgica da ThyssenKrupp CSA, em Santa Cruz, já está operando. Dentro de dois anos veremos também a conclusão das obras do Porto de Itaguaí, do Arco Metropolitano e da Companhia Petroquímica do Rio de Janeiro, promovendo desenvolvimento no entorno. No norte fluminense, o petróleo da Bacia de Campos e o Porto do Açu transformam a região. Isso sem falar na enorme mudança por que está passando a Cidade do Rio de Janeiro, com a revitalização da Zona Portuária, a construção dos BRTs cruzando a cidade, a ampliação do metrô, a reurbanização de bairros e favelas e a despoluição de rios e bacias, inclusive a despoluição da Baía de Guanabara.
As Olimpíadas de 2016 certamente serão o divisor de águas na Cidade do Rio de Janeiro, pelos compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional e que têm a chancela do governo federal. Mas já é visível esse processo de transformação ao longo de toda a cidade.
Nada disso, no entanto, seria possível sem a engenharia. Podemos comemorar a volta do emprego para os engenheiros e o crescimento das empresas do Rio de Janeiro. As maiores construtoras voltam a trabalhar no Rio, as de porte médio se transformam em grandes empresas e as pequenas se fortalecem.
A taxa de desemprego no Rio vem caindo nos últimos anos, tendo atingido 5,3% em junho, abaixo da média nacional, que foi de 6,2%. O nível de renda também cresceu em 5,4% no último ano. O Estado do Rio de Janeiro, finalmente, está dando a volta por cima de décadas de abandono.
Francis Bogossian é presidente do Clube de Engenharia e da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro