Retomada do Desenvolvimento

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Jornal Clube de EngenhariaFevereiro de 2007 – Nº 45601/02/2007

Retomada do Desenvolvimento

FRANCIS BOGOSSIAN
Presidente da Associação das Empresa de Engenharia do Rio
de Janeiro (AEERJ)

O Brasil espera que a retomada do desenvolvimento seja o principal
objetivo do novo governo e do Congresso. Sem isso, o País vai comemorar três
décadas de estagnação. A retomada do desenvolvimento não depende só do
presidente, ou de sua vontade política. É preciso que os parlamentares
estejam mobilizados também para trabalhar em prol de um Brasil melhor,
deixando de lado as diferenças partidárias.

As reformas tributária, trabalhista, previdenciária e política precisam
sair do papel. Isto depende de uma grande mobilização do Congresso. Um sem
número de outros projetos que se arrastam sem aprovação no Congresso também
impedem o desenvolvimento.

O novo governo federal terá que fazer a sua parte, reduzindo o
desperdício para que haja recursos para investir. Existe muito onde cortar.
É indispensável a redução de cargos comissionados e os cortes no custeio. É
preciso criar metas e programas para cada ministério. É imprescindível que
sejam exigidas metas de produtividade na administração pública, não apenas
no Executivo, mas também no Judiciário e no Legislativo.

Na iniciativa privada, patrões e empregados trabalham mais de quatro
meses por ano só para pagar impostos. Os recursos não podem continuar a ser
desperdiçados. Precisam ser bem aplicados em saúde, segurança, educação e
infra-estrutura, ícones do desenvolvimento.

Estas mesmas premissas precisam ser seguidas nos Estados, principalmente
no Rio de Janeiro, onde o crescimento registrado deve-se, exclusivamente, à
indústria do petróleo na Bacia de Campos. Mas isto não foi suficiente para
melhorar a qualidade de vida da população. Nos municípios em torno da Bacia
de Campos registra-se um crescimento desenfreado das favelas e a completa
falta de saneamento básico.

Grandes investimentos estão programados para o Estado do Rio nos próximos
anos, com a construção do Complexo Petroquímico da Petrobras, em Itaboraí, e
do pólo siderúrgico em torno do Porto de Itaguaí, com a CSA-Companhia
Siderúrgica do Atlântico, a Gerdau e a CSN.

Tudo isso, no entanto, poderá ser facilmente desperdiçado se o próximo
governo estadual não der continuidade. Mais de 100 dias são necessários para
se abrir uma empresa no Estado do Rio. A escassez de mão-de-obra
qualificada, a falta de segurança pública, de saneamento e habitação,
associados às altas taxas de impostos estaduais, inviabilizam a expansão da
economia fluminense.

Some-se a isso o abandono do Rio pelo governo federal, visível nas
estradas e portos federais no estado. Instituições símbolos de excelência
como UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFF – Universidade
Federal Fluminense, Hospital dos Servidores, Hospital da Lagoa, Colégio
Pedro II etc. estão abandonados.

O Rio espera que seu novo governador consiga quebrar o distanciamento com
o Governo Federal para que receba recursos e ações compatíveis com os
impostos federais que arrecada.