A formação de profissionais de engenharia e o futuro

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O EmpreiteiroEdição 500 Grandes da Construção 201101/07/2011

A formação de profissionais de engenharia e o futuro

Francis Bogossian*

Mudanças são sempre difíceis de serem implementadas, principalmente quando envolvem os segmentos acadêmico e governamental. Nos anos 90, depois de décadas militando na área do ensino formal, optei por maior dedicação à minha empresa e ao campo associativo. Deixei de participar da preparação de engenheiros para tê-los como colaboradores em diversos níveis. Passei a vê-los com outros olhos. Vivíamos, então, séria crise profissional, baixos salários, evasão de alunos de graduação, mestrados e doutorados buscados como solução para o fantasma do desemprego. Mantinham-se parâmetros de formação antiquados, já que não se acreditava na revolução tecnológica que já despontava lá fora. Desde então venho batendo nesta tecla, muitas vezes considerada, antipática aos colegas que comandam e/ou vivem o universo acadêmico. Não é necessário citar dados estatísticos, porque é evidente que nosso mercado carece de engenheiros, que são a mola propulsora das nações desenvolvidas e indispensável ingrediente para países que, como o Brasil, despontam como potências e economias que partilharão em breve a liderança do planeta.

Estamos em uma corrida desenfreada atrás do tempo perdido, com as empresas bancando as complementações indispensáveis à capacitação de suas forças de trabalho para que incorporem as inovações que o mercado global pratica como rotina e mudam rapidamente. O Brasil precisa de engenheiros que não apenas compreendam como também absorvam o novo. As universidades que se mexam. E com urgência!

* Francis Bogossian é presidente do Clube de Engenharia e da AEERJ-Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro