45 anos da Aeerj: entidades debatem perspectivas do setor pós-Covid
‘As Perspectivas do setor de infraestrutura pós-pandemia’ foi o tema do webinar comemorativo aos 45 anos da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj), celebrado no dia 25, com as participações de representantes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Associação para o Progresso de Empresas de Obras de Infraestrutura Social e Logística (Apeop), Inter B – Consultoria Internacional de Negócios, Academia Nacional de Engenharia (ANE) e de cerca de 150 internautas.
A necessidade de expandir os investimentos no setor de infraestrutura e o estoque de capital nos próximos anos foi um dos pontos abordados pelo presidente da Inter B, Cláudio Frischtak. “Precisamos de um adicional de cerca de R$ 150 bilhões por ano de investimentos suplementares, que terá que vir do setor privado, em razão da situação fiscal do País, que sai mais fragilizado em consequência da pandemia da Covid-19”, mencionou.
Com a aprovação pelo Senado Federal do novo marco regulatório de saneamento básico, Frischtak mencionou a necessidade de agora avançar com a agenda nacional de infraestrutura, reduzir a insegurança jurídica, melhorar a questão da fragilidade da agência regulatória e criar condições de financiamento para as empresas.
“Tem um conjunto de gastos que crescem inexoravelmente, que são os de pessoal e previdência, e os de investimentos acabam sendo comprimidos”, menciona o executivo, apontando que a agenda número um do setor é garantir um investimento que seja de fato executado pelo governo, seguida pela redução da barreira de entrada das empresas de pequeno e médio portes para concessões, na linha do que vem sendo defendido pela CBIC junto ao Ministério de Infraestrutura.
“Não tenho a curto e médio prazo nenhuma perspectiva de que essa situação de investimento retome, porque a crise fiscal é muito intensa”, frisou o presidente da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC e da Apeop, Carlos Eduardo Lima Jorge, ao reforçar a importância das empresas se consorciarem e trabalharem juntas”.
Infraestrutura: a locomotiva do novo momento econômico do País
Sobre as perspectivas do setor de infraestrutura e obras públicas pós-pandemia, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, destaca que a primeira tarefa do setor é mostrar à sociedade brasileira a importância da infraestrutura para sua vida, bem-estar, saúde e renda.
“A Indústria da construção é uma grande empregadora e pode ser vista como uma caixa d´água que irriga bem a economia. Em atividade, a construção impacta 97 outros setores da economia – 35 de serviços e 62 de comércio e indústria. Ou seja, ao invés de abrir um buraco no chão e incentivar apenas um setor, você abre 97 torneirinhas”, afirma Martins, ressaltando a relevância da retomada da economia no País via infraestrutura. “As empresas precisam se reinventar para o novo mundo. O setor precisa ser a locomotiva que puxa os vagões desses 97 setores”, diz.
Na visão do presidente da Coinfra e da Apeop, Carlos Eduardo Lima Jorge, é importante perceber as janelas de oportunidades que se abrem para garantir que o setor seja protagonista na retomada da economia.
Na visão de chão-de-fábrica, Lima Jorge ressalta que a infraestrutura ‘atravessa a tempestade mais que perfeita’, com um somatório de situações até o início de março deste ano, e que a pandemia acentuou a crise fiscal, resultado da queda da atividade econômica e das dificuldades nos contratos de concessões e obras públicas.
No entanto, destaca que a crise sanitária serviu para evidenciar alguns pontos positivos como o reconhecimento da construção civil como atividade essencial para a manutenção do emprego, e a percepção do parlamento e da sociedade civil que associou o saneamento básico à saúde pública, resultando na aprovação do novo marco legal do saneamento básico. Assim como evidenciou questões como a identificação de R$ 20 bilhões de recursos empossados, oriundos de convênios de contratos de repasses e de financiamento com recursos da União, que poderiam ser utilizados.
Lima Jorge mencionou ainda as diversas ações que a CBIC tem realizado a partir dessas evidências, como o ciclo de debates sobre ‘O Labirinto das Obras Públicas’ em todas as capitais do país, que visa discutir regionalmente os problemas e realidades de cada localidade, envolvendo contratantes, contratados e controle, para que, de uma maneira técnica e científica, embasada na engenharia possa propor soluções mais seguras para as empresas e o administradores tomarem suas decisões.
Mediado pelo presidente da Aeerj, Luiz Fernando Santos Reis, as entidades participantes parabenizaram a Aeerj pelos 45 anos de atuação e suas ações em prol do setor, como a do código de ética e compliance da entidade para a garantia de bons negócios.
Fundada em 1975, a entidade foi criada com a finalidade de atender às necessidades dos empresários de obras públicas de se unirem para reivindicar melhores condições de trabalho e preços. O evento realizado pela entidade, contou com o apoio da CBIC, da Apeop e da Inter.B.
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